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O Governo vai nu

No próximo dia 1 de julho comemoramos o Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses. Após quase 50 anos de Autonomia Regional, que rumo tomou a nossa Região?

Qualquer que seja a reflexão, uma coisa é certa: estas quase 5 décadas de Autonomia não serviram o povo madeirense. A ficção propagandeada pelo Governo Regional é bem diferente da realidade que vivemos: somos a Região mais pobre do país, com os salários médios mais baixos e com a habitação mais cara. Estas são razões de sobra para sufocar as muitas famílias madeirenses, pessoas que trabalham e que desejam construir um futuro próspero para os seus filhos, mas que não encontram na Madeira oportunidades para o fazer. Perdemos os nossos jovens qualificados, que procuram concretizar os seus projetos fora da Região.

A realidade de que falo está à vista de todos e consta dos dados estatísticos, por mais que os nossos governantes queiram recusar ou ignorar esta difícil realidade, martelando números, numa atitude de total desonestidade e falta de transparência para com o povo madeirense. E, quando confrontados por quem aponta o dedo à triste realidade, agem com total arrogância, como se viu ao longo da discussão desta versão do Programa de Governo.

Ainda recentemente assistimos ao insulto por parte de alguns governantes que, numa tentativa de encobrir a inércia e incompetência que os caracteriza, escondem dados para poderem acusar os outros de “desinformados” ou detentores de “pouco estudo”. E com a mesma naturalidade assumem, publicamente, sem pudor, a sua parcialidade no tratamento de cidadãos que tenham militância no partido que está no poder. Instigam a chantagem e o medo. Tudo isto parece normal numa região dita democrática, onde o atual Executivo trata as pessoas com desrespeito e sobranceria.

A Madeira segue o rumo de uma terra de desigualdades e assimetrias sociais evidentes, com forte dependência dos mais vulneráveis. O que temos hoje é uma Região onde o pobre e a classe média são cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos. Não há capacidade financeira para adquirir ou arrendar casa e o acesso à educação e à saúde é desigual. O comum madeirense e porto-santense é obrigado a priorizar as contas a pagar, sem qualquer folga financeira, pois os ganhos nem cobrem as necessidades.

Para Miguel Albuquerque, tudo vai bem, nada se passa, a culpa é sempre dos outros. Mas as pessoas estão cada vez mais despertas e não têm dúvidas de que é o atual Presidente do Governo Regional o único responsável por esta situação de instabilidade que vivemos hoje, após quase 50 anos de termos conquistado a nossa Autonomia.

Quando se aproxima aquele que é o nosso dia, faço um pedido de reflexão ao povo madeirense: que olhe à sua volta, que veja outros exemplos e que conclua se não se poderia fazer diferente e melhor. Teremos de morrer na mesma situação em que nascemos? Que efeito está a ter a educação na Região, quando deveria funcionar como um elevador social? Que resposta está a ser dada pela saúde pública regional, quando só tem acesso à saúde quem tem recursos para recorrer ao privado?

Nas comemorações do dia 1 de julho deste ano, sabemos que o Governo vai nu. Mas o Partido Socialista continuará a lutar por novas soluções e ideias, por novas oportunidades e cenários para a Madeira. Porque sabemos que um novo ciclo está a chegar. Um ciclo de mudança que permita uma vida melhor para todos os Madeirenses e Porto-santenses.