Governo Regional garante Madeira estar atenta às inovações na observação espacial da Terra
O secretário regional de Equipamentos e Infraestruturas, Pedro Fino, garante que o executivo regional está atento às oportunidades das novas tecnologias do espaço, dada a sua importância no apoio à tomada de decisões políticas emergentes.
O governante, que falava na cerimónia de abertura da conferência 'Observação da Terra para a Região da Madeira', a decorrer esta sexta-feira, no Museu de Eletricidade-Casa da Luz, destacou a necessidade de acompanhar de perto as mudanças, assim como estar aberto a novas ideias e descobertas para maximizar as oportunidades que a inovação oferece, sobretudo no caso da Madeira, cujo território apresenta desafios do ponto de vista técnico, económico e social.
"Não podemos ficar parados e não utilizar estas ferramentas que nos permitem conhecer melhor a nossa grande casa. É crucial estarmos equipados com ferramentas que nos permitam planear bem e de forma eficiente a gestão do nosso território", frisou.
Salientou, ainda, o impacto das tecnologias do espaço no reforço do papel estratégico da Região na esfera nacional e comunitária, atendendo à extensão da zona económica exclusiva, projectando o país e a União Europeia.
Mostrou-se convicto de que os dados disponibilizados pela tecnologia espacial permitirão à Região acrescentar ao país e à Europa uma área cujo valor deve ser devidamente reconhecido nas políticas públicas nacionais e comunitárias.
Pedro Fino enalteceu a realização desta conferência na Madeira, dada a sua abrangência e potencialidades nas dimensões económica, científica, ambiental, e social. "Há inúmeras vantagens para o país e para a Europa. A observação estratégica, através do espaço, é fundamental", considerou.
O impacto das tecnologias do espaço no progresso e na melhoria da qualidade de vida das sociedades foi também a tónica da intervenção do presidente da Agência Espacial Portuguesa, a entidade promotora da conferência.
O presidente da Agência Espacial Portuguesa Ricardo Conde, defendeu a democratização e a promoção do acesso aos dados recolhidos por satélites e demais ferramentas, embora reconhecendo existirem ainda algumas barreiras. Acredita, porém, que o acesso universal à informação e a ferramentas digitais, como o programa Copernicus, será uma realidade dentro de poucos anos, à semelhança do que acontece noutras áreas. Caberá à AEP, garantiu, facilitar o acesso a esses dados, designadamente na monitorização dos oceanos, questão sensível para Portugal, bem como no âmbito da proteção civil, a qual acredita ser um potencial utilizador, dada a importância da observação das áreas rurais e florestais.
A conferência, a decorrer no âmbito da observação da Terra, é a terceira de um ciclo de eventos que a Agência Espacial Portuguesa está a promover no país, junto de instituições de segurança, científicas e decisores políticos, com vista a divulgar as ferramentas e oportunidades actuais.
Os eventos servem como teste-piloto no levantamento de necessidades operacionais, para que os parceiros envolvidos possam perceber como é que as tecnologias de observação da Terra poderão contribuir para a solução de vários desafios e apoiar a tomada de decisões por parte de governos e autarquias. "O conhecimento permitirá actualizar práticas e otimizar abordagens", afiançou Ricardo Conde.
Miguel Branco, presidente da Ordem dos Engenheiros-Região da Madeira, a entidade parceira na organização do evento, agradeceu o convite da AEP de maneira a permitir que os engenheiros da Madeira possam participar na conquista de novas fronteiras, no campo da ciência e da tecnologia, colocando a engenharia ao serviço da sociedade.
"Engenharia é tornar fácil o que é difícil", salientou o representante regional da OE, destacando a importância da monitorização, recolha e tratamento de dados recolhidos por satélite, no apoio à tomada decisões, quer na definição de políticas, quer na prevenção.
A conferência conta com a presença de vários especialistas nacionais e estrangeiros na área das tecnologias do espaço.
O encontro, organizado pela Agência Espacial Portuguesa (AEP) em cooperação com a Ordem dos Engenheiros da Região da Madeira (RMOE), pretende divulgar o impacto crescente das tecnologias de observação da Terra, nomeadamente no âmbito das cidades inteligentes, ocupação do solo, gestão de emergências, agricultura, florestas, conservação da natureza, economia azul, monitorização marítima, recursos marinhos, e alterações climáticas.
O evento enquadra-se na série de sessões 'Observação da Terra para os Municípios', que a Agência Espacial Portuguesa já levou a cidades como Guimarães e Pampilhosa da Serra. O próximo encontro será nos Açores.