Colocar o interesse da Madeira acima dos Partidos
Numa altura em que prosseguem as negociações e o diálogo com os Partidos que, responsavelmente, se disponibilizaram a tal, com vista a garantirmos, conforme era a nossa prioridade, a aprovação do Programa do Governo e do consequente Orçamento Regional ainda durante o próximo mês de julho, é legítimo – mal seria se não fosse – que reforcemos a nossa confiança no encontro de uma solução de estabilidade para o futuro.
Isso não significa que não estejamos prontos e preparados para quaisquer cenários mas, sim, que continuamos a defender e a acreditar, tal como desde a primeira hora, que a Madeira e os Madeirenses precisam de ter um Programa e um Orçamento aprovados, de modo a que se assegure a governação que muitos, na sua ignorância, consideram perfeitamente normal de assegurar em duodécimos.
Não, não é perfeitamente normal e só quem nunca governou – nem sequer à força, tomando de “assalto” o poder, mesmo perdendo em toda a linha as Eleições, conforme sucedeu nas últimas Regionais – é que pode entrar em tamanha demagogia. Pode não, tem efetivamente entrado, diariamente, nesta narrativa, revelando uma total ausência de conhecimento, mas, acima de tudo, de oportunidade.
Ou será que a Madeira é só uma “causa” se for para ser governada? Ou a “causa” tantas vezes apregoada afinal não passa de um slogan que sai da boca para fora, mas que, na hora da verdade, se fica apenas e só pelas palavras?
É porque, também na política, não bastam frases feitas ou clichés. Faz sentido um Partido que perdeu, estrondosamente, as Eleições Regionais do passado dia 26 de maio – numa votação em que ficou a uma distância superior a 20 mil votos e com uma diferença de 8 mandatos – querer governar a Região e, pior, acreditar que tem legitimidade para isso?
Faz sentido esse mesmo Partido associar-se a um outro, formando uma coligação negativa, para assumir-se como uma solução de Governo que não foi e não é aquela que os Madeirenses querem e, por isso mesmo, votaram nas urnas?
E, já agora, faz sentido que esses mesmos dois Partidos – que sempre defenderam o diálogo e a concertação – se tenham excluído das negociações em curso, recusando-se a prestar o seu contributo ou, quando muito, a fazer parte de um processo que visa garantir o futuro da nossa Terra?
Não, nada disto faz sentido, assim como não faz sentido que estes Partidos venham a público garantir que defendem a Madeira porque, na prática, acabam por ser traídos pelas suas ações, apenas e só pela sua sede de poder.
Defender a Madeira é esgotar todos os caminhos e todas as saídas possíveis para encontrarmos, em conjunto, uma solução de futuro, a bem da estabilidade política e social, da governabilidade e do nosso progresso e desenvolvimento integral que foram, são e serão, sempre, para o PSD/Madeira, prioridades.
Defender a Madeira é colocar o interesse dos Madeirenses em primeiro lugar e acima dos Partidos. É saber encontrar, nas diferenças que existem – e que irão sempre existir – pontos de convergência que traduzam o equilíbrio.
É saber acautelar que o trabalho que vinha sendo seguido, com mais esta ou aquela adequação, prossiga. É, por fim, em consciência e com sentido de responsabilidade, evitar a instabilidade que não é desejada por ninguém, mesmo que alguns olhem para ela com oportunismo político.
Julgo que o tempo encarregar-se-á de colocar tudo no seu devido lugar e acredito que, independentemente do que vier a acontecer, o PSD/Madeira fez tudo o que estava ao seu alcance para que o melhor desfecho vinga-se, assim como também fizeram os Partidos que se disponibilizaram a dialogar, mesmo pensando diferente.
De uma coisa estou certo: seja hoje, amanhã ou daqui a um ano, os Madeirenses saberão julgar – tal como sempre julgam – quem é que esteve envolvido e empenhado em lutar, fazendo parte da solução e quem é que se afastou, preferindo ficar no lugar do problema.