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Cerca de 20 crianças palestinianas com cancro transferidas para o Egipto

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Foto AFP

Cerca de 20 crianças palestinianas com cancro foram hoje enviadas para o Egito desde a Faixa de Gaza, confirmaram as autoridades locais controladas pelo Hamas, numa primeira operação do género dos últimos dois meses.

O ministério da Saúde da Faixa de Gaza indicou que 21 crianças foram enviadas para receber tratamento no país vizinho e quando se agrava a crise humanitária em Gaza, em particular após as tropas israelitas terem assumido o controlo da passagem fronteira de Rafah, suspendendo a maioria das operações humanitárias.

De acordo com o diário palestiniano Filastin, considerado próximo do Hamas, as crianças foram retiradas a partir da passagem fronteiriça de Kerem Shalom, sob a supervisão da Organização Mundial da Saúde (OMS). Fontes do Crescente Vermelho egípcio confirmaram esta operação e indicaram que as crianças vão ser internadas em diversos hospitais.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.130 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, Telavive lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que até ao momento provocou mais de 37 mil mortos e mais de 85 mil feridos, de acordo com as autoridades do enclave palestiniano, controladas pelo Hamas desde 2007.

Calcula-se ainda que 10 mil palestinianos permanecem soterrados nos escombros após cerca de oito meses de guerra.

O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

A Cisjordânia ocupada assiste à maior espiral de violência desde a Segunda Intifada (2000-2005), com pelo menos 536 palestinianos mortos por disparos israelitas, a maioria efetuados pelos militares, mas também por colonos.

O Estado judaico justifica as suas incursões militares na zona como "operações especiais" para capturar líderes e combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica palestiniana.

O lado israelita refere que desde o início do corrente ano até finais de maio, já foram mortas 12 pessoas na Cisjordânia ocupada em dez ataques palestinianos, incluindo seis militares e seis civis, três deles colonos.