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Desporto

O início mais duro da história do Tour para contrapor a percurso mais 'suave'

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A Volta a França em bicicleta, que arranca pela primeira vez de Itália, 'abdicou' da dureza de anos anteriores, antecipando para os primeiros dias as etapas decisivas da 111.ª edição que fecha com um inédito contrarrelógio em Nice.

Depois de uma edição com um recorde de contagens de montanha, a organização do Tour 'suavizou' o percurso -- talvez até demais, nomeadamente na segunda semana, em que a incursão por estradas não asfaltadas é praticamente o único ponto alto -, mas colocou o Galibier logo a abrir.

Descrito pelo diretor da corrida, Christian Prudhomme, como o início "mais duro da história", com 206 quilómetros entre Florença e Rimini que atravessam os Apeninos, numa ligação de perfil acidentado, a alta montanha chegará mais cedo do que nunca ao Tour, com os ciclistas a subirem logo na quarta etapa o lendário Galibier, habitualmente o 'teto' da prova, mas que em 2024 será superado pelos 2.802 metros de La Bonette, a estrada asfaltada mais alta de França (19.ª etapa).

Será a primeira de duas visitas ao Alpes franceses, antes da descida para Borgonha, onde a sétima etapa propõe um 'crono' de 25,3 quilómetros entre Nuits-Saint-Geroges e Gevrey-Chambertin, essencialmente planos.

A homenagem ao general De Gaulle, em Colombey-les-Deux-Églises, onde está sepultado, precede outro dos momentos mais aguardados desta edição, a estreia das estradas de gravilha no traçado da Volta a França.

Inspirada na clássica italiana Strade Bianche, esta novidade surgirá no percurso na nona etapa, véspera do primeiro dia de descanso, entre as vinhas de Champanhe, onde os ciclistas enfrentarão 14 'setores' sem asfaltar, num total de 32,2 quilómetros em estradas vinícolas.

Cumprido o primeiro dia de descanso, o vento pode ser protagonista da 10.ª etapa, na véspera da incursão no Maciço Central, com quatro subidas na parte final (mas apenas uma de primeira categoria).

Seguem-se duas jornadas de transição antes da chegada aos Pirenéus -- serão quatro os maciços atravessados pela caravana -, com dois finais em alto, em Saint-Lary-Soulan, depois de o pelotão escalar o Tourmalet e Hourquette d'Ancizan (14.ª), e ao Plateau de Beille, com os seus intermináveis 15,8 quilómetros com uma pendente média de inclinação de 7,9%.

Após o segundo dia de descanso, cumprido em 15 de julho, e de nova jornada plana, os ciclistas rumarão novamente aos Alpes, com dois 'aperitivos' de média montanha, em Superdévouly e Barcelonnette, antes de enfrentarem o Isola 2.000 a três dias do final.

Antes, subirão La Bonette, uma subida pouco conhecida à qual se chega por uma estrada construída exclusivamente para alcançar esses 2.802 metros de altitude. Os seus 22,9 quilómetros, com pendente média de 6,9%, são uma homenagem da organização a Federico Bahamontes, o primeiro ciclista a vencer neste local e que morreu em agosto de 2023.

As derradeiras pedaladas do Tour serão dadas na zona de Nice, com uma etapa de alta montanha disputada nas estradas habituais do Paris-Nice e final no Col de la Couillole (15,7 km a 7,1%), antes do inédito contrarrelógio final, que inclui a subida de segunda categoria a La Turbie.

Em 21 de julho, aquela cidade do Sul de França terá a 'honra' de acolher a primeira chegada fora de Paris nas 111 edições da mais míticas das provas velocipédicas, afastada da capital devido à proximidade com o início dos Jogos Olímpicos Paris2024, agendados entre 26 de julho e 11 de agosto.