Netanyahu pede para não testemunhar por corrupção até Março de 2025
A defesa do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, pediu hoje ao Tribunal Distrital de Jerusalém que o político não tenha de testemunhar até março de 2025 no seu julgamento por corrupção.
"Na realidade de hoje, em que a defesa é obrigada a preparar o primeiro-ministro para prestar depoimento no meio de uma guerra, o período de tempo necessário para fazê-lo sem comprometer os seus direitos e a sua defesa é muito mais longo", justificaram os advogados de Netanyahu num documento judicial divulgado pela imprensa israelita.
Netanyahu é acusado desde 2019 de fraude, suborno e quebra de confiança em três casos distintos de corrupção - conhecidos como "1.000", "2.000" e "4.000" - e é acusado de oferta de presentes em troca de favores e alegado tratamento de cobertura positiva da comunicação social sobre ele e a sua família.
O processo começou em maio de 2020, mas foi colocado em segundo plano em 2022 e quase não teve peso na campanha para as eleições de 01 de novembro desse ano, após as quais Netanyahu regressou ao poder com o governo mais à direita da história de Israel.
Após os ataques do grupo islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro em Israel e o início da guerra na Faixa de Gaza, o caso ficou paralisado e só foi retomado no final do ano com uma audiência em que foram ouvidos vários depoimentos sobre as acusações contra o político.
Se for considerado culpado com condenação definitiva, Netanyahu terá de renunciar, mas enquanto durar o julgamento poderá manter-se no poder.
A lei israelita estabelece que um ministro deve deixar o seu cargo ao ser acusado, mas isto não se aplica a um chefe do governo.