"No money, no funny". Albuquerque mostra obra que vai parar sem orçamento
A empreitada de reabilitação de cerca de quase 8 quilómetros da Estrada do Aeroporto, entre a Boa Nova e a Assomada, que começou a meio do ano passado e deveria decorrer até finais de 2025, é uma das obras que vão parar nos próximos meses, caso o Governo Regional não tenha o seu Orçamento aprovado. “Se não tiver orçamento, vai ter de parar, como é óbvio”, assumiu o presidente do executivo, Miguel Albuquerque, que visitou o local esta tarde.
“No money, no funny [em Português, não há dinheiro, não há diversão]", afirmou o chefe do Governo madeirense, num aparte, criticando quem considera que a Região pode ser gerida com um orçamento por duodécimos. “A Região pode ir para o fundo alegremente se for governada por duodécimos”, alertou Albuquerque.
O presidente do Governo reconheceu que a Região vive numa “situação de impasse” devido à falta de aprovação do programa de governo e do orçamento mas voltou a manifestar “esperança” de que seja possível ultrapassar o problema através do “diálogo franco e aberto entre os partidos” que se disponibilizaram para negociar. “É fundamental desbloquear a actualização salarial dos funcionários públicos, é preciso desbloquear um conjunto de obras que têm de ser lançadas ou reforçadas. É preciso actualizar as comparticipações às instituições de segurança social, saúde mental e uma parafernália alargadíssima de problemas que só podem ser resolvidos com a aprovação do Orçamento”, adiantou.
Albuquerque não sente qualquer “embaraço” em envolver o Chega nas negociações e garantiu que ainda não falou com André Ventura: “Isso é tudo um preconceito. Eu não tenho nenhum problema. Neste momento, o problema que nós temos é desbloquear uma situação que não se pode manter, sob pena de acarretar imensos prejuízos para a população da Madeira e para o desenvolvimento da Região Autónoma. Essa questão do embaraço não tem nenhum sentido”.