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Madeira

"O problema está na liderança"

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Manuel António Correia considera que a actual crise política instalada na Madeira por não haver um programa de governo aprovado, deve-se a Miguel Albuquerque. E explica-o em oito pontos apontando o dedo ao líder do PSD-M.

A reacção surge em comunicado justamente um dia depois da reunião do Conselho Regional dos social-democratas e na qual foram várias as críticas apontadas também na sua direcção, de resto conforme o DIÁRIO veiculou na sua edição digital e hoje na edição impressa precisando que Manuel António Correia pondera avançar com um congresso extraordinário.

Esta manhã, em oito pontos, o adversário de Miguel Albuquerque diz o que pensa sobre o estado a que chegou o PSD-M e também do momento político regional. Leia os argumentos de Manuel António Correia que concorreu contra Miguel Albuquerque a 21 de Março.

“Face ao que foi transmitido na sequência do Conselho Regional do PSD/Madeira, que é composto, na sua esmagadora maioria, por militantes afetos à atual liderança, e onde não tenho assento, cumpre-me esclarecer o seguinte:

1. O caminho até aqui não foi trilhado apenas pelo esforço do projeto político alternativo que protagonizamos, mas acima de tudo pelo firme apoio dos muitos militantes e simpatizantes que compartilham da nossa visão e que esperavam evitar esta actual crise política no Partido e na Madeira.

2. Não vale a pena ocultar a realidade. É essencial enfrentar os desafios com transparência, pois os resultados e as consequências são evidentes

3. É lamentável que, em momentos cruciais para tomar decisões acertadas e construir pontes, especialmente após as últimas eleições internas, não tenha havido por parte da atual liderança o necessário esforço para corrigir o rumo e evitar os atos e palavras amplamente conhecidos. O esforço de união é sempre responsabilidade de quem lidera e neste caso foi ostensiva e propositadamente afastado.

4. Desde há muito alertamos para o caminho de instabilidade e ingovernabilidade que estamos a percorrer. Infelizmente, esses alertas foram ignorados.

5. O cerne do problema não está nos militantes nem no Partido em si, mas na liderança que se recusa a reconhecer que este não é o caminho adequado.

6. Não posso compactuar com uma liderança partidária que parece conduzir o partido em direção ao abismo, arrastando não só a estrutura partidária, mas também os interesses da nossa Região.

7. É crucial honrar e respeitar o legado político do PSD-Madeira garantindo que todos tenham voz independentemente da sua posição ou pensamento diferente. Fica claro que nunca foi feito qualquer apelo ou sugestão ao voto noutros partidos, coisa, aliás, que nem todos, no passado, podem orgulhar-se.

8. Reafirmo o meu compromisso inabalável com os Valores e princípios que sempre orientaram o nosso projecto político.

Embora nada surpreendidos, porque avisamos e mostramos caminho alternativo em devido tempo, estamos extremamente preocupados com o estado a que chegaram o Partido e a Região, exigindo-se que seja posto fim a este inaceitável e degradante estado de coisas, a bem da Região e do Partido, os quais constituem o nosso único compromisso.

É preciso começar uma nova era capaz de devolver alegria e esperança aos Madeirenses e Porto-santenses, não contra ninguém mas a favor de todos!