Dez partidos assinaram acordo para formar governo de coligação na África do Sul
Dez partidos assinaram um acordo para formar um Governo de Unidade Nacional (GUN) na África do Sul, anunciou sábado à noite o secretário-geral do Congresso Nacional Africano (ANC).
"Após duas semanas de intenso envolvimento, dez dos 18 partidos com assento na Assembleia Nacional [Câmara Baixa do parlamento] assinaram a Declaração de Intenções da GUN, indicando a sua vontade de cooperar para colocar o povo da África do Sul em primeiro lugar", declarou o secretário-geral do ANC, Fikile Mbalula, num comunicado.
"Os partidos que compõem o GNU obtiveram juntos mais de 70% dos votos nas eleições de [29 de maio de] 2024, garantindo uma ampla representação e um forte mandato para governar", sublinhou o secretário-geral do ANC, obrigado a fazer um pacto com outras forças políticas após perder a maioria absoluta na votação.
Mbalula acrescentou que "o compromisso com os partidos signatários do GUN sobre a formação do Executivo já começou" e que o Presidente do país e líder do ANC (centro-esquerda), Cyril Ramaphosa, vai anunciar as nomeações para o Governo nos próximos dias.
Os partidos da coligação, além do ANC, são a Aliança Democrática (DA), o Partido da Liberdade Inkatha (IFP), o GOOD, a Aliança Patriótica (PA), o Congresso Pan-Africanista da Azania, a Frente da Liberdade Plus (FF Plus), o Movimento Democrático Unido (UDM), o Rise Mzansi e o Al Jama-ah.
Ramaphosa foi empossado na quarta-feira para um segundo e último mandato de cinco anos como Presidente da África do Sul, depois de o seu partido ter perdido a maioria absoluta nas eleições de 29 de maio.
A tomada de posse seguiu-se a uma primeira sessão maratona da Assembleia Nacional, a 14 de junho, na qual Ramaphosa, de 71 anos, foi eleito presidente por 283 votos.
Horas antes, John Steenhuisen, líder da Aliança Democrática (AD, centro-direita liberal), até agora a principal força da oposição (87 deputados) e tradicionalmente representante da minoria branca do país, anunciou que tinha chegado a um acordo com o ANC para formar um "Governo de unidade nacional".
O acordo pôs fim à incerteza desencadeada depois de o ANC ter obtido 40,18% dos votos nas eleições, o que se traduz em 159 lugares na Assembleia Nacional de 400 lugares, perdendo a confortável posição de poder que detinha desde a instauração da democracia e o fim do sistema racista do "apartheid" em 1994.