Sobre a demografia
No DN de 17 de 2014, em Demografia, páginas 6 e 7, estando na página 6 o título: “100 anos com muita vida”. E na página 7, com o título: “População idosa quase duplicou e a jovem caiu 30% em 20 anos”; estando a seguir o gráfico com a evolução da população jovem VS população idosa na RAM; desde o ano de 2002 a 2022. Estando em destaque na coluna do meio o seguinte: “De 2002 a 2022, a população com 80 ou mais cresceu 89% e os com 25 ou menos eram 1/5” (que representam à volta de 50.000 jovens).
As pessoas que viviam no meio rural, no século XX, na Ilha da Madeira, tinham uma vida activa e uma alimentação saudável, visto viverem dos produtos da terra que cultivavam.
Os cereais; as batatas; as semilhas; o inhame; as couves; as alfaces; as cebolas e tomates; o feijão verde (vaginha), e o feijão, as favas e ervilhas.
Criavam os galináceos; os suínos, as vacas que lhes forneciam o leite, que faziam manteiga e queijo e a carne para as espetada.
Plantavam as árvores de frutos de várias espécies e de boa qualidade; a cana sacarina que servia para fabricar: o açúcar; o mel; o aguardente e o álcool. As bananeiras, que se chegou a exportar mais de 40 mil toneladas, e videiras que produziam as boas castas de uvas, para ser feito o celebre Vinho Madeira.
O povo do meio rural da Madeira, quando as condições climáticas não lhes permitiam trabalhar na terra, bordavam os desenhos nas peças que lhes eram entregues, pelos distribuidores/ras das Casas de Bordados, para serem entregues no prazo indicado no bilhete que estava afixado.
Eis a razão que as pessoas do meio rural tinham uma vida mais saudável e tinham fé em Deus, que lhes davam maior harmonia; pelo facto de fazerem a persignacão (sinal da Cruz) antes de começarem a bordar. Dando-lhes a paz de espírito.
Quanto à questão da população idosa; que quase duplicou, e a jovem caiu 30% em 20 anos.
As causas são várias: os baixos ordenados ou vencimentos; o custo de vida elevado; as rendas para a habitação incompatíveis com os baixos salários; são algumas das causas que levam a juventude madeirense classificada, tanto a masculina como a feminina, emigrarem para os outros países da União Europeia, tendo aí os seus filhos, que lhes dão melhores condições de vida.
Só lhes interessando virem à Madeira, passar as suas férias com a família que cá ficou.
José Fagundes