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Funchal não atina, com Czar ou Czarina

Nos tempos do Czar foi prometido ali para os lados dos Piornais e da Ajuda, um centro de saúde, um pavilhão gimnodesportivo, um lar para a terceira idade, uma escola secundária, zonas verdes de recreio e lazer, milhares de hectares de zonas verdes, a defesa do património histórico e cultural, um ambiente espectacular, o combustível seria verde, acabava a poluição, diminuía o ruído, todos andávamos de bicicleta ou a pé para combater a obesidade.

As buraqueiras dos picos seriam recuperadas, os ambientalistas seriam chamados a participar na correcção dos disparates anteriores ao seu mandato.

Grandes debates sobre a praia de areia amarela na Praia Formosa, das zonas de recreio e lazer, tudo de borla, agora os seus adversários do PND na CMF são os novos donos do Qatar.

Ainda esteve previsto o Campo do Marítimo, depois abandonaram esse sector, talvez com alteração do PDM seja feito aí o Edifício Singapura com piscinas na cobertura.

As arribas e montanhas iam ser corrigidas, as águas recuperadas, quer pluviais, quer residuais. Era o paraíso na terra! Vendeu-se essa ideia aos estrangeiros, aos detentores dos vistos gold e essa gente veio a correr para a Madeira. Tanto dinheiro para o Governo e Município e ainda há quem diga que isto é asneira.

O povo pobre, esse foi enviado para as montanhas, para as zonas de risco, já que eles têm por si vidas arriscadas.

Aquela zona do Toco era uma desgraça, aí deveria ser construída uma urbanização de luxo e protecção do porto do Funchal. Os americanos amigos do Czar tinham massa para investir, alguns que sobrevoam o território ficaram contentes com o plano de investimentos, mas nada se fez.

Os parques de estacionamento em frente do Município eram para ser uma realidade, mas Pedro, o Grande foi embora e sem projecto nem responsável pela promessa existe.

As acessibilidades eram para todos, fossem deficientes motores ou cegos, mas as novas praças da cidade os ignoram e as pontes premiadas não têm acesso a cadeira de rodas.

Os alinhamentos das ruas e dos passeios eram para todos, mas era conversa fiada, porque quem tem um amigo nos órgãos dirigentes do Município não recua, ficam legalizadas.

Os muros devem ter no máximo 1,20 metros de altura, mas se for rico, governante ou similar pode ter 2 metros para ter garantia de segurança e fica legalizado.

O RGEU é para cumprir, mas há sempre um 31 onde não se cumpre, é mais um recuado, mais um andar no sótão e tudo fica em família, precisa só de ter um advogado amigo, um vereador tolerante que aprova e fiscaliza e legaliza o ilegal.

Arruamentos são necessários, toca invadir e roubar a propriedade privada para enriquecer os exploradores do imobiliário que podem construir à fartança. Na Monumental, no lado oposto ao Dubai, sete arranha-céus, tipo sete irmãs de Moscovo, mas de estilo ocidental alargado, para relembrar os sete pecados capitais.

Os direitos de passagem são ignorados, os amigos ficam com o que é de todos, os seus lotes aumentam tudo a bem da segurança e do investimento.

No intervalo entre o Czar e a Czarina tivemos um Fofinho tão sorridente (o Presidente dos afetos na opinião de uma apoiante do ditador albanês), juntou o PND ao BE e toda aquela maralha do albergue espanhol, mas nada mudou a não ser as personagens e as cadeiras.

As zonas altas precisam de planos de pormenor, mas nem um tostão existe para iniciar os estudos.

Veio dinheiro a rodos do PRR (“Bazuca”) da União Europeia, até as zonas verdes iriam ter prédios de habitação para a classe média, fizeram maquetes para enganar os tolos e ficarem mais parolos.

O centro da cidade iria ser repensado com o apoio dos melhores urbanistas, mas vemos os prédios a caírem de podres, encharcados de pessoas que caíram na malha da dependência da droga.

Confesso que tenho mágoa da minha cidade não ter um vereador da CDU que atuasse em permanência com as aspirações do povo, que denunciasse as maledicências da desgovernação da cidade. É urgente combater a direita fascista e corrupta que só pensa no tacho, que vive da demagogia e usa um palavreado virtualmente reivindicativo e rouba votos à CDU. Não podemos dar espaço aos “espalha brasa”, devemos repescar o nosso eleitorado, atrair a juventude, ter um discurso criativo e manter permanentemente atualizada a ligação às pessoas.

Lutarei por este desígnio, pela coerência de procedimentos e pela defesa dos mais fracos, pela classe média envergonhada, contra a burguesia anafada e endinheirada manobradora das mentes do nosso povo, mentindo à descarada, prometendo pão e circo.