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A Guerra Mundo

Ataques junto a central de Zaporíjia afetam segurança da Europa

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Os ataques à rede elétrica da cidade de Energodar, que abastece a central nuclear de Zaporíjia, controlada pela Rússia, na Ucrânia, ameaçam a segurança nuclear de toda a Europa, alertou hoje a diplomacia russa.

"Os ataques sistemáticos dos militares ucranianos contra a central nuclear de Zaporíjia e outras instalações energéticas demonstram uma tendência deliberada para causar danos inaceitáveis à economia russa e criar riscos de acidentes tecnológicos que podem pôr em causa a segurança nuclear de todo o continente europeu", afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, em comunicado.

Na sexta-feira, a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) afirmou, em comunicado, ter detetado sinais de atividade militar durante a semana passada, incluindo duas explosões nos dias 16 e 17, perto da central nuclear.

Além disso, a missão de observação da AIEA na central confirmou que "a subestação de Luch (distribuição de eletricidade) na cidade de Energodar foi destruída" na quarta-feira, aparentemente por um ataque de 'drones' [aparelhos aéreos não tripulados], sem especificar quem foi o atacante.

Quando a equipa da AIEA se deslocou à subestação, que fornece parcialmente eletricidade à cidade de Energodar e a outras áreas, incluindo a central nuclear, na quinta-feira, verificou que esta tinha sido destruída e não estava operacional.

Embora partes da cidade estejam a receber eletricidade através de uma linha alternativa desde sexta-feira, os danos "tiveram um impacto direto no pessoal da central que vive em Energodar, imediatamente adjacente à central, e, por conseguinte, também na segurança e proteção nucleares", alertou o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi.

A parte russa afirmou na sexta-feira que a subestação de abastecimento alternativo também tinha sido atacada por um 'drone' ucraniano, deixando grande parte da cidade sem eletricidade e água, uma falha que as autoridades locais só conseguiram reparar ao meio-dia de hoje.

Zakharova denunciou que os funcionários da central nuclear de Zaporíjia e as suas famílias "continuam a receber mensagens dos serviços secretos ucranianos que ameaçam a sua saúde e a sua vida", referindo que Kiev mantém sobre eles uma "forte pressão psicológica" através de uma "chantagem exaustiva".

"Consciente da total impossibilidade de chegar a um acordo com o regime de (Presidente ucraniano Volodymir) Zelensky, o nosso país tomará todas as medidas para privar o regime de Kiev da possibilidade de desferir tais golpes", ameaçou Zakharova.

A central de Zaporíjia está ocupada pela Rússia desde março de 2022 e os seus seis reatores estão desligados a frio para melhorar a sua segurança global.

Embora esta medida reduza o risco de um acidente, Grossi alertou repetidamente para a fragilidade da situação, uma vez que a central continua a enfrentar riscos no meio de combates entre as tropas russas e o exército ucraniano.

Em setembro de 2022, a AIEA enviou uma equipa de peritos para acompanhar a situação no terreno e apresentar relatórios regulares à sede da agência em Viena.