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Madeira

Habitação em debate nas jornadas de engenharia civil

Igualdade de género e mais jovens na profissão

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Miguel Branco, presidente da Ordem do Engenheiros Região Madeira, defendeu a entrada de mais mulheres na profissão, recordando que é necessário ainda promover a igualdade de género na engenharia.

O responsável falava na abertura da primeira edição das Jornadas de Engenharia Civil, sob a égide da Ordem dos Engenheiros Região Madeira, que está a decorrer este sábado, em Câmara de Lobos, no Museu de Imprensa.

Na Madeira, dos quase 700 profissionais, apenas 19 por cento são mulheres, assimetria que não faz sentido, explicou Miguel Branco. “Daí a Ordem dos Engenheiros ter dedicado 2024 como ano da igualdade de género na engenharia”.

O responsável reforçou o papel da engenharia de qualidade no desenvolvimento dos países, como motor da economia, sendo uma profissão que se carateriza pelo trabalho em equipa.

No caso particular da construção, Miguel Branco salientou a importância da presença dos engenheiros para soluções eficazes, seguras e sustentáveis. Elegeu esta primeira edição das Jornadas de Engenharia Civil na Madeira como uma oportunidade de aprendizagem e trabalho em rede.

A habitação e a crise do sector será uma das pedras de toque do evento. Fernando Santo, ex-bastonário da Ordem Engenheiros, convidado para o primeiro tema – As causas da crise da habitação e as soluções –, acabou por não viajar para a Madeira, devido a questões de saúde.

Habitação a preços acessíveis

No entanto, a questão da habitação foi escolhida pelo secretário regional do Equipamento e Infraestruturas para a sua intervenção, recordando os momentos de grande pressão que se vivem atualmente no sector, tornando árdua e dramática para muitas famílias adquirirem uma casa, fruto da escassez da oferta e do aumento dos preços da matérias-primas, construção e das taxas de juro.

Para Pedro Fino, o problema interpela todos os agentes públicos e privados, defendendo uma nova etapa na promoção da construção. Criticou o anterior Governo da República por não ter respondido eficazmente ao problema, provocando desconfiança e conflito com o programa Mais Habitação, o que levou a redução drástica no investimento estrangeiro e no arrendamento. “Num país, onde 98% do parque habitacional é privado não se pode legislar de costas voltas para os proprietários”, recordou. Resolve-se, disse, estimulando a construção de habitação a custos acessíveis, aumentando a oferta e reduzindo os custos de construção, de modo a que classe média possa ter acesso a habitação a custos compatíveis com os seus rendimentos. “É o que estamos a procurar fazer na Madeira”, garantiu, afirmando que algumas das soluções do programa Mais Habitação merecem concordância.

Ao longo de 50 anos, Madeira passou por processo de transformação significativa, com contributo da engenharia para infraestruturas seguras, sustentáveis e importantes social e economicamente. Para Pedro Findo, é necessário continuar a reabilitar o edificado de forma a melhorar desempenho e vida útil, apontando as obra na cabeceira do aeroporto da Madeira. A obra do novo hospital, num contexto adverso, continua a avançar. “A evolução é notória e demonstra resiliência e capacidade da Região, sendo também um marco de engenharia na Madeira”, realçou.

Engenheiro civil de formação, o governante destacou as matérias e técnicas inovadoras que marcam o futuro, alertando porém para a criação de condições de atratividade de jovens para a profissão, na Região.

A primeira edição das Jornadas de Engenharia Civil, sob a égide da Ordem dos Engenheiros Região Madeira, decorre este sábado, em Câmara de Lobos, dedicando especial atenção à habitação. São vários os convidados neste debate alargado sobre os desafios e oportunidades daquela especialidade, contando com cerca de uma centena de participantes.

Durante a parte da manhã, serão abordados temas como a reabilitação do "novo" Museu do Romantismo, a proteção catódica de armaduras nas cabeceiras do aeroporto internacional da Madeira, o Hospital Central e Universitário da Madeira e a remodelação da Central Hidroelétrica da Serra de Água, o maior projeto PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) em curso na RAM.

No retomar dos trabalhos, na parte da tarde, o foco centra-se na inovação, novas tecnologias e sustentabilidade. Já na parte final das jornadas, dedicada aos desafios para a engenharia civil, o enfoque será o Simplex Urbanístico, a reabilitação do património e a atração de talentos para a engenharia civil.

Os trabalhos terminam com as conclusões das jornadas de engenharia civil pelo moderador do evento, António Macedo Ferreira, a que se segue um sunset (after party) onde se inclui a transmissão do jogo Turquia/Portugal a contar para a fase de grupos do Europeu de Futebol que decorre na Alemanha.

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