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Madeira

"É preciso tempo para estabelecer vínculos afectivos"

Gabriela Fernandes foi a segunda e última oradora do TEDxFunchal Salon, que se realizou esta sexta-feira, no Plaza Madeira, no Funchal, na antecâmara do TEDxFunchal 2024 que está marcado para 9 de Novembro, no Centro Cultural e de Investigação do Funchal (CCIF)

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Depois da intervenção de Alícia Teixeira, esta tarde, no TEDxFunchal Salon, que se realizou esta sexta-feira, no Plaza Madeira, no Funchal, coube a Gabriela Fernandes a segunda e última intervenção da primeira edição deste evento que também serviu para apresentar oficialmente o TEDxFunchal 2024 que está marcado para 9 de Novembro, no Centro Cultural e de Investigação do Funchal (CCIF).

‘TEDxFunchal 2024: (RE)SET’ está marcado para 9 de Novembro

A próxima edição foi apresentada esta sexta-feira, no decorrer do TEDxFunchal Salon que está a acontecer no Plaza Madeira, com as oradoras Alícia Teixeira e Gabriela Fernandes

"São precisas atitudes de cedência e aceitação" para haver uma 'família reconstituída'

Alícia Teixeira foi uma das oradoras do TEDxFunchal Salon, que se realizou esta sexta-feira, no Plaza Madeira, no Funchal, na antecâmara do TEDxFunchal 2024 que está marcado para 9 de Novembro, no Centro Cultural e de Investigação do Funchal (CCIF)

De salientar que os TEDx Salons são uma variante dos eventos TEDx, mais curtos, com a particularidade de se centrarem num tema específico, permitindo que haja um debate de ideias e posições entre oradores e público. O tema deste primeiro TEDxFunchal Salon foi ‘Famílias Reconstituídas’ e Gabriela Fernandes falou da sua experiência pessoal, na intervenção mais longa do dia.

A intervenção girou em torno da sua vida familiar, com alguns temas em foco, como o processo de adopção. Explicou que, embora só tenha casado aos 43 anos, sempre pensou em ter filhos, mas uma vez que a fertilidade diminui substancialmente nas mulheres a partir dos 40 anos, optou por se dirigir à questão de duas formas: candidatura à adopção e também fertilização. Sobre este último aspecto, aconselhou as mulheres a congelarem os óvulos antes dos 35 anos. Mas o foco da sua intervenção foi mesmo sobre o processo de adopção, que descreveu minuciosamente, etapa após etapa, explicando ser algo "complicado".

Descreveu as dificuldades e falou da discriminação que os pais de adopção sentem face aos pais biológicos de crianças, aos quais "tudo é permitido" pela sociedade, enquanto os primeiros têm passar por triagens atrás de triagens, períodos de transição, têm quase de ser "perfeitos".

Gabriela explicou que adoptaram duas crianças, à época um menino de 10 e uma menina de 13 anos, falando com orgulho na ultrapassagem das dificuldades burocráticas do processo e recomendou à plateia que, em casos semelhantes, haja comunicação.

"É preciso termos tempo de relação e tempo de plasma [TV, telemóveis, etc.]", ou seja, tempo para as pessoas se relacionarem e desenvolverem as relações pais-filhos, falando num estágio de ambos.

"É preciso tempo para estabelecer vínculos afectivos", realçou, alertando que é necessário igualmente definir os limites entre família nuclear e amigos.

De resto, algum tempo depois da adopção das duas crianças, Gabriela e o marido acabaram por ser pais de um menino, que está a crescer com muito amor nesta família reconstituída.

"Sejam espíritos livres", concluiu.

De resto, o evento conta com transmissão no canal Naminhaterra. Saiba mais em www.facebook.com/TEDxFunchal.

Sobre a oradora

Gabriela Fernandes é natural da freguesia do Monte e mãe de três filhos que acredita serem felizes e positivos, pois sempre os acostumou a encara a vida com entusiasmo.

Tem a licenciatura em Psicologia Clínica pela Universidade de Lisboa e são-lhe reconhecidas pela Ordem dos Psicólogos Portugueses cinco especialidades: Psicologia da Educação, Psicologia Clínica e da Saúde, Necessidades Educativas Especiais, Sexologia e Psicologia Comunitária. Foi presidente durante 9 anos da Associação de Desenvolvimento Comunitário do Monte, onde continua a colaborar. Actualmente exerce funções como directora técnica (chefe de Divisão) do Serviço Técnico de Educação Especial (STEE) – Quinta do Leme.

Caracteriza-se profissionalmente como uma pessoa com dinamismo, criatividade, autonomia e grande capacidade de trabalho. Em termos pessoais diz-se apaixonada pela vida e que gosta de dançar, de brincar, do gargalhar das crianças ou do ouvir o enrolar do mar nos calhaus madeirenses.