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Madeira

“Os tatuadores não usavam luvas, nem desinfectavam o material”

O tatuador Gonçalo Câmara sublinhou a grande evolução do ‘mundo das tatuagens’ no que concerne aos cuidados com a higiene, comparando com o que acontecia antigamente

DIÁRIO - DICAS: As tatuagens a cores têm tendência a desaparecer?
DIÁRIO - DICAS: As tatuagens a cores têm tendência a desaparecer?

No DIÁRIO -Dicas, rubrica presente no Youtube, abordamos o ‘mundo das tatuagens’, desde o processo prático da introdução da tinta na pele, material utilizado, aos cuidados com a higiene que aposta na prevenção, às diferenças entre tatuagens coloridas e a preto e cinza.

O tatuador Gonçalo Câmara foi o entrevistado para abordar a temática da “arte na pele”, tendo referido que faz questão de explicar aos seus clientes o processo de protecção do material antes da tatuagem, porque sente que “muitos querem saber, mas têm vergonha de perguntar”.

O artista que iniciou o seu percurso profissional como designer gráfico, sublinhou que através dos vídeos antigos podemos ter a percepção da evolução no campo da higiene, sublinhando que “podemos ver que não usavam luvas, as máquinas não eram desinfectadas, nem tinham material de protecção e as agulhas eram reutilizadas”.

“Actualmente o nível de biossegurança está muito alto e felizmente foi algo em que o ‘mundo das tatuagens’ evoluiu imenso, tanto que para fazer parte da Associação de Tatuadores é necessário estar registado na SILIAMB (Sistema Integrado de Licenciamento do Ambiente), que está relacionado com a recolha de agulhas e material contaminado, como também ter todos os conhecimentos de higiene, caso contrário o estúdio não é legal.”

Na entrevista, Gonçalo Câmara explicou que as agulhas utilizadas, os cartuchos, são descartáveis e exemplificou para o DIÁRIO, como é que o restante material é protegido para evitar contaminação entre clientes, como também para salvaguardar o próprio tatuador, frisando que não é “só fazer para ficar bonito, mas para proteger as partes, porque somos um meio muito fácil de contaminação”.


O especialista em tatuagens a ‘cores’, que participou, em Abril, na Oporto Tattoo, a maior convenção de tatuagens em Portugal, explicou quais são as diferenças entre tatuagens coloridas e a preto e cinza, dando ainda conta que algumas tintas foram mandadas retirar do mercado pelo Parlamento Europeu sofrendo algumas alterações para poderem voltar a ser utilizadas.

Foram muitas as dúvidas que procuramos esclarecer junto ao tatuador, por isso, se tem curiosidade quanto ao processo prático de fazer uma tatuagem, até onde podem perfurar a pele, quais os locais mais propensos à dor e que pormenores devemos ter em atenção na escolha de um estúdio e de um artista não pode perder esta entrevista.