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Madeira

Preços dos bens agrícolas no produtor em 2023 cresceram 15%

Foto Arquivo/OD
Foto Arquivo/OD

Em 2023, o índice de preços dos bens agrícolas no produtor cresceu 15,0% comparativamente a 2022, resultado do aumento verificado tanto na produção vegetal (+15,6%), como na produção animal (+9,6%), informa hoje a DREM nas Estatísticas da Agricultura e Pesca de 2023 para a Região Autónoma da Madeira.

De acodo com as contas, "na produção vegetal, de destacar os acréscimos observados na batata de consumo (+52,3%), nos vegetais e produtos hortícolas (+15,9%), nos quais se incluem os hortícolas frescos (+16,6%), e na cana-de-açúcar (+12,1%). Quanto à produção animal, o seu crescimento ficou a dever-se ao incremento registado no índice de preços dos ovos, de +31,6%".

Por sua vez, o índice de preços dos meios de produção de consumo corrente na agricultura "sofreu uma subida de 8,0% relativamente ao ano anterior, determinada essencialmente pelo aumento do índice de preços dos adubos e corretivos (+46,5%), dos produtos de proteção de plantas (+4,1%) e da manutenção de edifícios (+3,9%). Por sua vez, o índice de preços na energia e lubrificantes (-7,0%) caiu devido à redução dos preços dos combustíveis", acrescenta.

Em termos de produção, a banana e a uva aumentaram, enquanto a batata e a cana-de-açúcar diminuíram.

"Entre as culturas temporárias, a batata continua a ser a cultura com maior volume de produção (16.639 toneladas), observando-se, contudo, um decréscimo de 23,8%, face a 2022", assinala. "A cana-de-açúcar surge como a segunda produção mais relevante neste grupo, com 8.860 toneladas, menos 1.188 toneladas (-11,8%) que em 2022", acrescenta.

Por outro lado, "nas culturas permanentes, as produções de banana (26.471 toneladas; +10,8% face ao ano anterior) e de uva de castas vitis vinifera (4.065 toneladas; +0,8% que em 2022) aumentaram".

Recorde-se que da banana comercializada pela empresa GESBA, é de salientar que a categoria extra "representou 84,7% do total processado (81,4% em 2022)", enquanto que no caso da uva - cuja origem de informação é o Instituto do Vinho, Bordado e Artesanato da Madeira, (IVBAM, I.P.) - "73,2% da produção total foi de tinta negra (76,5% em 2022)".

Já na produção animal, os ovos e o abate de frango cresceram, mas o gado abatido diminuiu.

Diz a autoridade estatística que no ramo da avicultura industrial, "a produção de ovos ascendeu a 32,7 milhões de unidades, aumentando 6,4% face ao ano anterior", sendo que uma "tendência idêntica foi registada no abate de frango, cujo volume rondou as 3,5 mil toneladas, o que representa um acréscimo de 6,9% face a 2022".

Já no total em peso de reses abatidas e aprovadas para consumo da população, esta "situou-se nas 959,0 toneladas (peso limpo), menos 6,3% que no ano precedente. Este decréscimo reflete a quebra verificada no abate de bovinos (-6,4%), que foi a espécie mais abatida (93,7% do total)".

Por fim, na pesca, aumentou o valor, embora tenha ocorrido uma ligeira quebra nas descargas, sendo tudo dados já divulgados atempadamente. "O total de pesca descarregada nos portos da Região diminuiu 0,2% nas quantidades capturadas de pescado, cifrando-se o total anual em 4,7 mil toneladas. Já o valor de primeira venda aumentou 17,1%, com o acumulado anual a rondar os 18,2 milhões de euros", especifica.

"A evolução nas quantidades resultou fundamentalmente do decréscimo registado nas capturas de peixe-espada preto (-6,2%), embora as quantidades de cavala e de outras espécies também tivessem diminuído, -0,3% e -32,6%, respetivamente. Já as capturas de atum e similares registaram um aumento de 6,7% relativamente ao ano anterior", compensando assim as contas.

Assim, "o peixe-espada preto foi a espécie mais abundante em 2023, totalizando 2.118,7 toneladas (45,1% do total de pesca descarregada), seguido do atum e similares, que atingiu um total de 2.056,8 toneladas (43,7%). Em termos de receita na primeira venda, o peixe-espada preto registou um aumento significativo de 33,2% face a 2022, totalizando 9,9 milhões de euros, enquanto o atum e similares aumentou em menor proporção, +1,5%, para um valor de 6,3 milhões de euros", confirma.

No ano passado, é de realçar ainda que na Região "foram produzidas 1.395,0 toneladas de dourada nos estabelecimentos de aquicultura marinha", significando uma quebra de 12,7% que em 2022. "Por sua vez, as vendas rondaram os 7,9 milhões de euros, decrescendo 5,9% face ao ano anterior. Por mercados, observa-se que 87,8% do valor de vendas diz respeito ao mercado nacional (Continente e Açores) e apenas 12,1% ao mercado regional", conclui no que à produção diz respeito.

Contas económicas ainda só de 2022

Nota ao facto de, ainda apenas com dados provisórios, as Contas Económicas da Agricultura Regionais (CEAREG) mostrarem que "a produção do ramo agrícola, em 2022, se fixou em 122,1 milhões de euros, crescendo 18,7% em termos nominais face ao ano precedente". Contudo, "o consumo intermédio subiu em 48,7%, e pelo facto desta variável ter sofrido um incremento acima do da produção, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) agrícola decresceu 9,5% em termos nominais entre 2021 e 2022, fixando-se em 48,0 milhões de euros", conclui.