A política vista de fora

Está a acontecer neste País e, particularmente, aqui na Região, algo que em nada abona ou favorece os atos eleitorais.

O mal já vem de trás, a desconfiança nos políticos e na política não é de agora, mas esta situação de quem ganha as eleições pode não governar e de quem as perde pode fazer tudo para chegar ao PODER, é mais um prego no caixão eleitoral.

Pode estar na Lei, é verdade, mas vivemos num País com muitas Leis boas e que não são respeitadas e outras Leis que são inadequadas para os tempos que correm, mas só não são retificadas ou abolidas porque a alguém lhes convém.

Acabamos de viver na Madeira um ato eleitoral forçado pelas razões conhecidas.

Razões essas não só conhecidas pelos políticos, mas sim por toda a população.

Ou seja, todos aqueles que votaram sabiam do que se passara meses antes e nem por isso deixaram de votar (livremente)e deram o seu voto a quem entenderam dar.

E isto tem de ser respeitado pelos políticos, especialmente por aqueles que também foram votados e que certamente nem toda a gente está de acordo com essa votação, mas respeita.

Esta coisa de andarmos antes das eleições a apelar ao povo para não centralizar os votos num só partido, o povo aceitar, cumprir o pedido, dividir os seus votos pelas várias forças políticas e depois chegar à conclusão de que, afinal, fez mal, contribuiu para a desestabilização política na Região (tal como acontece no País) além de vergonhoso e inadmissível, vai ter custos reais nos próximos atos eleitorais.

Ou através do aumento da abstenção ou na centralização dos votos naquele partido que lhes oferece maiores condições para governar, o que é legítimo e racional.

Esta situação de incerteza quanto à aprovação do Orçamento para a Região, que, ao não ser aprovado, pode trazer graves prejuízos para a Madeira e suas populações, mais a ameaça de que o governo vai cair e os cidadãos voltar de novo às urnas, pode satisfazer o ego de alguns políticos, mas causa indignação entre o eleitorado.

É bom que se entenda de uma vez por todas que a larga maioria das pessoas quando sai de casa, do emprego ou deixa os seus afazeres para ir votar, não pensa que vai arranjar “tachos” aos políticos, satisfazer os seus egos ou materializar as suas desmedidas ambições pessoais ou políticas, - embora saiba que isso, tanto cá como lá, acontece - mas vai na esperança de escolher alguém que possa defender os interesses da Região e consequentemente o bem-estar das populações.

Se escolheram quem devia ou quem não deviam, isso é um problema de quem votou e não dos políticos.

E se votaram em alguém com casos na JUSTIÇA, só a JUSTIÇA é que se deve pronunciar e nunca os políticos, muito menos os que têm problemas com a LEI.

Sejam arguidos ou não, ou os seus casos mais graves ou menos graves.

Para concluir, (já o dissemos e vamos repetir) somos contra a eternização no PODER e qualquer liberalização de mandatos, mas se este ORÇAMENTOnão for aprovado - Que não só

mexe com o governo, mas com os interesses da Madeira e população em geral, vamos ter mais PSD no PODER por muitos e mais anos, com ou sem Miguel Albuquerque.

Esta é a nossa opinião que, como é evidente, vale o que vale.

Juvenal Pereira