“Isto vai demorar semanas, meses”

«ISTO VAI DEMORAR semanas, MESES». O leitor tem presente, com toda a certeza, a advertência e o apelo feito pelo vice-presidente do PS Madeira, Miguel Iglésias, nos bastidores, (leia-se por SMS) aos militantes do seu partido, na sequência da tentativa de chegada ao poder na Região Autónoma da Madeira, após uma derrota eleitoral em que, o grande trunfo socialista – Paulo Cafôfo –, somou mais 137 votos do que Sérgio Gonçalves nas Legislativas Regionais de setembro de 2023.

Encontramo-nos desde fevereiro – 4 meses – com um governo de gestão, ou seja, com a coisa pública pendurada em duodécimos. É demasiado tempo a “arrastar os pés” face à impossibilidade de o Governo Regional lançar investimento ou de levar por diante o seu Programa de Governo, a título de exemplo, concretizar nova redução das taxas de IRS, conforme planeada para 2024.

De forma sintética, enquanto não tivermos um novo Governo em plenas funções – com Programa e Orçamento aprovados –, a previsibilidade a que, quer as famílias, quer as empresas estão habituadas não existe. Até lá prolonga-se a indefinição e aprofunda-se a incerteza, a contenção e até a retração, sobretudo ao nível de novos investimentos privados e, consequentemente na criação de novos postos de trabalho.

Dito isto. Esta urgência. Este imperativo nada interessa ao PS Madeira que, como se percebe, de forma cristalina, pelo teor da mensagem de Miguel Iglésias aos militantes do PS Madeira, estava até ao final do dia 28 de maio inequivocamente empenhado em obstaculizar por «semanas, MESES» a formação do novo Governo, procurando esgotar, para o efeito, todas as soluções do partido largamente mais votado a 26 de maio, até ele, Iglésias, e naturalmente Paulo Cafôfo, ver satisfeitas as suas pretensões de poder (eufemismo para sede de poder) a todo o custo.

Poder a todo o custo, sendo, desde logo, o maior deles o retomar da estabilidade, da previsibilidade e da confiança para as famílias e empresas da Madeira e Porto Santo.

Pois, nada disto – estabilidade, da previsibilidade e da confiança – tem valor quando em causa estava um putativo governo socialista «ao serviço dos anseios dos seus líderes…». Disse líderes? Peço-vos desculpa!

«Os anseios da população da Madeira e Porto Santo», foi o que nos disse Paulo Cafôfo no início desta caminhada engendrada para «DEMORAR semanas, MESES», mas que, felizmente, para o bem da nossa Terra e do nosso Povo, não durou 24 horas.

Luís Freitas