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Duas mulheres julgadas em França por dizerem que mulher do PR Macron mudou de sexo

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Duas mulheres começaram hoje a ser julgadas no Tribunal Penal de Paris por terem espalhado na internet o boato segundo o qual a mulher do Presidente francês mudou de sexo, um rumor que se tornou viral.

No centro do caso está uma teoria que tem aparecido regularmente nas redes sociais desde a eleição de Emmanuel Macron, em 2017, segundo a qual Brigitte Macron, nascida Trogneux, nunca existiu, mas que o seu irmão, Jean-Michel, assumiu essa identidade depois de mudar de sexo, conta a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).

As duas arguidas, uma 'medium' chamada Amandine Roy, e Natacha Rey, que se intitula "jornalista autodidata independente", estão no banco dos réus depois de terem divulgado uma entrevista de quatro horas no Youtube, em 2021, na qual denunciavam este "engano, fraude e mentira de Estado".

Natacha Rey não esteve presente na audiência por doença e Brigitte Macron é representada pelo seu advogado.

No seu canal "Mediumnisation", um "meio de comunicação alternativo" entretanto encerrado, Amandine Roy, uma mulher de 49 anos com cabelo louro platinado e casaco e calças de ganga azuis, explicou ao tribunal a sua atividade: "Utilizo as minhas capacidades (como médium) para fazer uma leitura mais pessoal da atualidade".

Quanto ao resto, desdramatiza: Natacha Rey estava "desesperada por expor o seu trabalho, eu só acedi ao seu pedido", afirmou.

Questionada sobre a sua opinião sobre a credibilidade da tese apresentada por Natacha Rey, respondeu, segundo a AFP: "Ela andava a pesquisar este assunto há três anos, não é como se o tivesse tirado da cartola".

Num vídeo apresentado na sessão de hoje do tribunal, Natacha Rey afirma que "ninguém pode provar o contrário", e apresenta uma tese surpreendente baseada na falsificação de registos civis ou de certidões de casamento, na largura da pélvis de Brigitte Macron ou na profundidade dos seus olhos, afirmando que "as mulheres têm olhos muito mais suaves".

O rumor de uma vasta conspiração, seguido de acusações mais graves de pedofilia contra a primeira-dama, chegou aos Estados Unidos, onde se tornou viral entre alguns movimentos de extrema-direita, já em contexto de campanha presidencial, afirma a AFP.