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Madeira

Miguel Albuquerque "é a personagem que desestabiliza"

Foto Miguel Espada/ASPRESS
Foto Miguel Espada/ASPRESS

No leque de reacções que se seguiram à retirada da proposta do Programa do Governo, deitando por água abaixo dois dias de trabalho parlamentar, o deputado da Iniciativa Liberal (IL) na Assembleia Legislativa da Madeira já pressentia que esse seria um passo quase certo de Miguel Albuquerque perante a evidência de que o documento não iria ser viabilizado.

"Senti que isso podia acontecer a meio da tarde. Não é segredo para ninguém que tivemos uma breve reunião com o líder parlamentar do PSD, o secretário da Educação e o chefe de gabinete do presidente do Governo e saí de lá já com uma forte convicção de que, sim, era uma hipótese", assumiu, dando nota de qual seria o seu sentido de voto.

"Estava muito mais inclinado para votar contra do que propriamente para abstenção, mas a favor nunca - seria muito provavelmente um voto contra", indicou, voltando a sugerir o que já havia sugerido no arranque da discussão do programa de governo.

Todas as pessoas têm soluções para tudo e gostava que ficasse aqui bem vincado a solução que nós propusemos, que era completamente diferente: deixar passar o programa do Governo e depois no Orçamento fazer a mesma coisa e a Região ficava com um programa do Governo e um Orçamento. E logo a seguir os partidos que têm grupo parlamentar tinham uma ferramenta na mão que era apresentarem uma moção de censura. Não consegui falar ou ter uma conversa formal com o JPP, mas com o Partido Socialista falei algumas vezes, a sugerir isto, e o Partido Socialista entendeu que não o queria fazer. Nuno Morna

Apesar desta nova cartada política, Nuno Morna entende que "nada" vai mudar. "Nós continuamos a achar que Miguel Albuquerque é o maior factor de desestabilização no meio disto tudo. É a personagem que desestabiliza. O próprio Chega já disse que o problema é Albuquerque. Não é mais ninguém. E nós também temos um problema com Albuquerque. Fizemos uma campanha a dizer que com Miguel Albuquerque não é não e agimos em consonância com isso. De qualquer dos modos, se o PSD quiser dialogar, que dialogue. Estamos sempre prontos para dialogar. O PSD agora não pode é andar a dizer que dialogou quando andou a pescar medidas avulsas dos diferentes programas e enfiá-las no seu programa, fazendo um rol de medidas maior do que tinha no ano passado - porque no essencial é exactamente o mesmo programa."

Façam um programa de governo bem feito, dialoguem com quem quiserem dialogar e ouçam os outros, no sentido de serem os outros a propor o que é que gostariam de ver no programa de governo. Nós indicámos, logo no dia em que fomos ao Representante da República, aquilo que seria o nosso caderno de encargos. Não está lá nada no programa. Nuno Morna