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Governo Regional Madeira

"Albuquerque é um problema para a Região", acusa Cafôfo

Partidos reagem à retirada do Programa de Governo para votação

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Em reacção à retirada do Programa de Governo, anunciada há pouco pelo presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, os partidos da oposição começaram a reagir a esta decisão. 

Sara Madalena, deputada do CDS, reitera que o partido já tem 80% do seu programa eleitoral plasmado no Programa de Governo e que, neste momento, é necessário ouvir os outros partidos as vezes que forem necessárias. Reiterando que este deve ser aprovado, pois de outra forma "só teremos orçamento para meados do ano que vem" o que "não é nada bom para a nossa região autónoma".

O CDS já tem 80% do seu programa eleitoral plasmado na proposta de Programa de Governo, outros partidos parece assim não o tinham. Nota-se que existe alguma elasticidade para abranger mais um item do seu programa eleitoral e é neste sentido que é retirado o Programa de Governo. Para que se possa ouvir e voltar a ouvir, as vezes que forem necessárias, até que se consiga ter fumo branco" Sara Madalena

Paulo Cafôfo, líder partidário do PS-Madeira, aponta que esta decisão de Albuquerque não é "nada abonatória" e afirmando que o actual presidente do Governo Regional "é um problema para a Região".

Miguel Albuquerque acaba por assumir a sua incapacidade, numa responsabilidade que tem, quando garantiu ao representante da República e as madeirenses e porto-santenses que tinha uma maioria para formar governo. Ele assumiu essa maioria, apresentou um Programa de Governo para ser votada a moção de confiança e retira o Programa de Governo não possibilitando a votação da moção de confiança. Isto só demonstra a encenação que houve durante estes dias entre o PSD, entre ao Chega, uma encenação nada abonatória para a dignidade que esta casa merece, para o debate que fizemos durante estes dias. Paulo Cafôfo

Afirma que o partido socialista mantém-se "calmo e sereno" e que cabe a Miguel Albuquerque explicar qual o caminho a seguir. 

Por seu turno, Miguel Castro, deputado e líder do Chega-Madeira, o único partido chamado duas vezes esta tarde para tentar 'salvar' a aprovação do Programa de Governo , em declarações à comunicação social afirma que o que está em causa é a continuidade de Miguel Albuquerque.

"Fomos chamados e mantivemos a nossa posição. O PSD fez uma ronda com todos os partidos com assento parlamentar. (...) Efectivamente vão ganhar algum tempo, retirar o programa de Governo e reformular", começou por declarar, avançando que esta é uma oportunidade "de fazer uma introspeção".

Eu acho que agora caberá ao próprio PSD fazer essa introspeção, ver se há a possibilidade de mudar o candidato ou não. Foi o Chega que teve uma vitória ao fazer isto. Miguel Albuquerque começou a ceder Miguel Castro.

Jaime Filipe Ramos, do PSD, diz que o partido mantem-se disponível para dialogar. "O PSD teve aquilo que é a sua responsabilidade, de negociar até ao último minuto. Fizemos com todos os partidos, à exepção do JPP que se rejeitou a estar presente, o que é lamentável porque acho que os partidos têm de assumir as suas responsabilidades perante a população que os elegeram. Nós mantemos essa disponibilidade, o presidente foi claro em manter esse diálogo, que deverá existir com mais frequência se necessário. Nos próximos dias temos pretensão de ter um novo programa na Assembleia , onde podemos acolher mais intensões por parte dos partidos". 

A data ainda não foi divulgada, referiu o social-democrata, acrescentando que não depende do PSD, reiterando que o partido "não fecha a porta ao diálogo". 

Estamos receptivos, estamos disponíveis, estamos determinados. Mas há uma coisa a destacar, nós não abdicamos daquilo que é a nossa primeira responsabilidade que é governar e ter, neste caso, condições para o fazer".  Jaime Filipe Ramos