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Assembleia Legislativa Madeira

Pedro Fino diz que é "urgente serenar a política madeirense"

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"Apresento-me perante o órgão primeiro da Autonomia madeirense com um sentimento de profunda humildade democrática e com um apurado sentido da responsabilidade que me é exigida pelas funções que me foram confiadas. É, pois, com humildade e responsabilidade que hoje aqui me encontro para um escrutínio que espero leal e aberto, para um exercício de prestação de contas que espero que dignifique, na forma e no conteúdo, a política madeirense", começou por afirmar Pedro Fino.

O secretário regional de Equipamentos e Infraestruturas fez uma intervenção que, na primeira parte, foi dedicada ao momento político regional.

"É urgente serenar a política madeirense. Reconduzi-la a uma sã convivência entre todos os seus agentes. Claro que devemos manter-lhe o democrático confronto de ideias, a saudável dialética preferencialmente informada. Mas não podemos continuar neste ambiente de guerra permanente, que dois ou três agentes políticos bem identificados alimentam em permanência, com práticas incendiárias que os eleitores têm censurado nas urnas, e com discursos de ódio, ressabiamento e rancor pessoal que os não recomendam nem enquanto pessoas nem enquanto políticos", afirmou.

A política, diz, "não é uma guerra", na política "não pode valer tudo".

Sobre a rejeição do Programa e a falta de um orçamento, alerta para os riscos concretos.

"Dizem alguns que não é nenhum drama governarmos em regime de duodécimos. No plano formal não há, de facto, nenhum drama. No plano substantivo, porém, só pode dizer isso quem da política tem a ideia de 'quanto pior, melhor', e faz dela um exercício de terra queimada!, afirmou.

O assustador, reconhece, não são os duodécimos, "muito preocupante mesmo é prolongarmos indefinidamente as limitações legais de um governo de gestão. Há concursos que ficarão na gaveta. Investimento público a aguardar melhores dias. Obra nova que ficará à espera. Prazos que não serão cumpridos. O futuro suspenso no Hospital Central, na Habitação, na Unidade Local de Saúde do Porto Santo, e em várias outras obras decisivas e estruturantes para a vida dos madeirenses".

A economia, acredita, fciará em compasso de espera e provavelmente haverá m desemprego. "E vêm uns, os tais que, segundo eles, 'não mentem aos madeirenses e porto-santenses', relativizar os danos infligidos à nossa terra e ao povo que nos elegeu por um ano seguido de limitação da ação governativa! A esses, bem como aos incendiários da frustração e do ódio, direi que o povo cá estará para nos julgar. A todos. A quem mente e a quem não mente. A quem quer continuar a fazer obra. E a quem quer que nada se faça".

Sobre o seu programa, que reúne obras e investimentos de todas as áreas de governação, transportes, rede viária e habitação, pormenorizou as linhas de intervenção.

"Não obstante as dificuldades e incertezas do quadro que descrevi, o Governo regional propõe-se realizar, através da SREI, no próximo quadriénio, um programa tão exigente como ambicioso. Tem sido essa, aliás, a marca dos programas de legislatura dos Governos precedentes", afirmou.