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Moscovo revela que propôs troca de prisioneiros entre Rússia e EUA

Foto Shutterstock
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O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo disse hoje à agência estatal Tass que a Rússia expôs "ideias" aos Estados Unidos com vista a uma troca de prisioneiros entre os dois países.

"A bola está no campo dos Estados Unidos e esperamos que eles respondam às ideias que lhes foram apresentadas", disse Sergei Riabkov.

As declarações do vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros são publicadas uma semana antes do início do julgamento do jornalista norte-americano Evan Gershkovich, detido na Rússia há mais de um ano.

Moscovo acusa o jornalista de ser um espião a serviço da CIA, serviços de informações dos Estados Unidos.

Riabkov recusou-se a detalhar os pormenores sobre a proposta russa, mas garantiu que as autoridades norte-americanas estão "plenamente informadas".

"Compreendo que talvez alguma coisa nestas ideias não agrade aos americanos. Isso é problema deles. Acreditamos que a nossa abordagem é totalmente justificada, sensata e equilibrada", insistiu o vice-ministro.

Washington pede a libertação de Evan Gershkovich, um jornalista do Wall Street Journal que já trabalhou para a France Presse em Moscovo e que enfrenta 20 anos de prisão por ter, segundo a acusação, recolhido informações sobre a Uralvagonzavod, um dos maiores fabricantes de armas da Rússia.

Os familiares do jornalista, os responsáveis do jornal Wall Street Journal e as autoridades dos Estados Unidos rejeitam as acusações, que Moscovo nunca fundamentou, uma vez que todo o processo foi classificado como secreto.   

O Presidente russo, Vladimir Putin, já tinha reconhecido que estavam em curso negociações com vista a uma troca de prisioneiros e deu a entender que pretendia a libertação do antigo comandante militar tchetcheno, Vadim Krassikov, condenado a prisão perpétua na Alemanha por assassinato em Berlim, em 2019. 

Os esforços para chegar a esse acordo podem, no entanto, ter tomado um rumo mais complicado desde a morte na prisão de Alexei Navalny, figura da oposição russa, que, segundo apoiantes, também fazia parte de um projeto de troca de prisioneiros que estava em negociação.

A Rússia mantém presos vários cidadãos norte-americanos, incluindo Paul Whelan, um antigo militar dos Estados Unidos que foi detido em 2018 e condenado a 16 anos de prisão por espionagem.