Calor extremo eleva para 235 o número de mortos na peregrinação a Meca
O número de mortos devido ao calor extremo durante o Hajj, a grande peregrinação muçulmana a Meca, no oeste da Arábia Saudita, subiu ontem para 235, depois de a Jordânia ter anunciado novas vítimas mortais.
O número total de mortos durante esta peregrinação muçulmana compara com pelo menos 240 no ano passado, embora a maioria dos países não tenha especificado o número exato de casos relacionados com as elevadas temperaturas, escreve hoje a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).
A peregrinação anual, uma das maiores reuniões religiosas do mundo, realizou-se novamente este ano em pleno verão numa das regiões mais quentes do mundo, com temperaturas que atingiram 51,8 graus Celsius em Meca, a cidade mais sagrada do Islão.
As autoridades sauditas afirmaram ter tratado mais de 2.000 peregrinos que sofriam de stress térmico, mas não forneceram qualquer informação sobre mortes, ao contrário da Jordânia, cujo Ministério dos Negócios Estrangeiros anunciou hoje ter emitido 41 autorizações para enterrar peregrinos em Meca.
As autoridades estão "a seguir os procedimentos de enterro dos peregrinos jordanos que morreram durante o Hajj após sofrerem uma insolação", lê-se no comunicado citado pela AFP, que dá também conta de que a Tunísia informou que 35 peregrinos tunisinos tinham morrido, no contexto de uma "subida acentuada das temperaturas" no reino.
Nenhum dos dois países especificou o número de casos diretamente relacionados com o stress térmico.
A Indonésia tinha já comunicado 132 mortes entre os seus cidadãos, incluindo pelo menos três vítimas de insolação, e as autoridades do Curdistão iraquiano tinham referido o calor como "uma das principais razões" da morte de 13 peregrinos.
O Irão e o Senegal comunicaram igualmente a ocorrência de mortes, sem especificar as causas.
A Arábia Saudita tinha alertado esta manhã para os riscos de temperaturas extremas em Meca, onde mais de uma dúzia de mortes relacionadas com o calor foram confirmadas na principal peregrinação muçulmana, que reuniu este ano 1,8 milhões de peregrinos, 1,6 milhões dos quais vindos do estrangeiro.
Este rito anual - um dos maiores encontros religiosos do mundo - realizou-se de novo este ano no verão, uma estação particularmente quente na Arábia Saudita.
Mais de 2.700 casos de exaustão por calor foram registados no domingo, disse o Ministério da Saúde, no final da peregrinação.
No dia de hoje, as temperaturas atingiram os 51,8 graus Celsius em Meca, a primeira cidade sagrada do Islão no oeste do país, local da peregrinação.