Macron defende decisão de dissolver o Parlamento como a mais responsável
O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou hoje que a decisão de dissolver o Parlamento foi "a mais pesada, a mais séria, mas a mais responsável", apelando aos eleitores para não terem medo e votarem.
"Não tenham medo", "vão votar e escolham o vosso futuro", disse Emmanuel Macron, na sua visita à ilha de Sein, no departamento de Finistère, acrescentando que "não se pode ter medo do povo em democracia".
Nove dias após o anúncio da dissolução da Assembleia Nacional, Macron comemorou o 84º aniversário do apelo de 18 de junho de 1940, lançado pela rádio a partir de Londres pelo General de Gaulle para resistir aos ocupantes nazis durante a Segunda Guerra Mundial.
Embora pouco ouvido na altura, este discurso foi considerado o ato fundador da resistência em França.
"Há uma maioria silenciosa que, tal como vós, não quer que isto seja uma confusão", assegurou o chefe de Estado francês, enquanto o seu campo é colocado em terceiro lugar na primeira volta das eleições legislativas de 30 de junho.
Todas as sondagens antecipam a vitória da União Nacional (RN, sigla em francês) na primeira volta, seguida da Nova Frente Popular (NFP) formada pela esquerda.
"Sem a dissolução, teria sido chienlit", acrescentou o chefe de Estado. O termo "chienlit", utilizado por De Gaulle durante as manifestações de 1968 em França, significa desordem ou caos.
"Doeu-me a 09 de junho", afirmou o Presidente francês sobre a noite das eleições europeias, referindo que tem "muitos defeitos" e coisas que não fez bem.
"Vivemos o caos" durante a crise dos coletes amarelos, "uma eleição não é o caos, é a democracia", disse Macron, numa alusão ao movimento dos "coletes amarelos" no final de 2018 e início de 2019, cuja raiva foi dirigida contra as políticas do Presidente francês.
Este discurso de Emmanuel Macron ocorre um dia após o início oficial da campanha para as eleições legislativas em França, marcadas para 30 de junho e 07 de julho, onde serão eleitos os candidatos para os 577 círculos eleitorais.