DNOTICIAS.PT
Artigos

Os madeirenses não podem confiar neste Governo

O PSD é o único responsável pela crise política que afeta a vida dos madeirenses. A Madeira não tem o Orçamento de 2024 aprovado, porque, apesar da sua discussão e aprovação terem estado agendadas, no início do ano, apesar de o Representante da República o ter exigido, antes de demitir o Governo, apesar de haver a garantia do PAN e do CDS que o iriam viabilizar, o PSD decidiu retirá-lo por mero jogo partidário e com o objetivo de chantagear os madeirenses e o Presidente da República.

A narrativa do regime laranja sempre foi culpar os outros por tudo o que corre mal na Madeira. A lengalenga é sempre a mesma: por cá, quem governa, nunca tem culpa de nada. A culpa ou é da República, ou é da Europa, ou é dos partidos da oposição, ou é dos empresários, ou é dos próprios madeirenses ou é mesmo de uma qualquer sombra que se atreveu a mexer.

Não! A culpa não é dos outros, se a Madeira não tem o Orçamento de 2024 aprovado foi porque o PSD não quis. Como a maioria parlamentar estava assegurada pelo PAN e CDS, as moções de censura não iriam passar e o Orçamento seria viabilizado.

Estamos a debater, durante esta semana, uma Moção de Confiança - Programa ao mesmo Governo Regional e ao mesmo Presidente que, ao longo dos seus mandatos, passaram o tempo a promover uma realidade paralela e a apresentar programas de governo cheios de propostas, medidas e promessas que depois não foram cumpridas, nem pela metade.

O mesmo Governo e o mesmo Presidente que não foram capazes de investir num modelo de desenvolvimento que protegesse os interesses dos madeirenses e respondesse, com eficiência e visão de futuro, aos seus problemas concretos no âmbito da saúde, da habitação, da educação, do trabalho, dos rendimentos, do poder de compra e das condições sociais, entre outros.

O mesmo Presidente do Governo que “jurou de pés juntos” que não governaria sem maioria absoluta (“não governo, não vou governar e recuso-me a governar se não tiver maioria, é impossível”), mas governou; o mesmo Presidente que, ao ser constituído arguido e indiciado, pelo Ministério Público, por crimes de corrupção, prometeu que iria pedir o levantamento da sua imunidade e não pediu.

O mesmo Presidente que promoveu um Secretário Regional que, durante um ato oficial, sem qualquer vergonha, apelidou de “Anormais, incompetentes e canalhas” todos os que pensam diferente do regime e ousam defender propostas políticas alternativas.

O mesmo Presidente que garantiu ao Representante da República que o Programa do seu Governo iria ser aprovado e que o negócio com o CDS permitiria a “estabilidade política”. Todavia, pelas posições políticas já assumidas pelos partidos, parece que, mais uma vez, Miguel Albuquerque foi ao Palácio contar uma história de embalar.

Como se torna evidente, não, não temos condições para confiar neste Governo.