DNOTICIAS.PT
Madeira

Autarquia do Funchal continua a preparar Plano de Acção Climática 2030

Foram discutidas vulnerabilidade e sensibilidades do município

None

No âmbito do Plano de Acção Climática do Funchal 2030 (PAC Funchal 2030) decorreu, esta segunda-feira, 17 de Junho, na Sala da Assembleia Municipal da Câmara Municipal do Funchal, uma reunião onde foram dadas a conhecer as sensibilidades e vulnerabilidades do município.

No arranque do seminário, que contou com a presença da empresa de consultadoria Pater, foram referidas as principais vulnerabilidades do município: o calor excessivo, a seca, as cheias e os incêndios. 

Ao DIÁRIO, João Tiago Carapau, director executivo da Pater, começou por explicar o problema do calor excessivo: "A primeira vulnerabilidade tem a ver com o calor excessivo, ou seja ela resulta do facto das temperaturas irem aumentar até ao final do século cerca de 4 a 6 graus. Esse aumento de temperatura leva a que sobretudo na zona mais sul, mais urbanizada da malha urbana tenha influências importantes sobre a saúde humana, sobre os turistas. E como actuamos? Tendo capacidade de poder criar condições para atenuar esta vulnerabilidade".

No caso da seca, que resulta do cruzamento da falta de água com o aumento da temperatura, o responsável pela empresa encarregue por este plano, dá conta que esta pode ser combatida em dois níveis: "Por um lado aquilo que já está a ser feito pelo município, que é substituir a rede de abastecimento de águas, que tem muitas perdas. Quando chove, que vai ser cada vez menos, cerca de 5 a 10% menos de projecção até ao final do século, temos de reter a água".

No que concerne à vulnerabilidade das cheias, afirma que estas começaram a ser resolvidas nas linhas de água. "Podemos criar formas de reduzir essa vulnerabilidade, por exemplo alteando as habitações, reforçando a sua estrutura, limpando as linhas de água". 

Por fim, no que diz respeito aos incêndios, João Tiago Carapau apontou que o "risco de incêndio vai aumentar para a massa verde", face ao aumento das temperaturas e da redução de água. 

"Por outro lado temos de perceber onde estão as populações que ocupam estas zonas para que, em termos de prioridade, percebermos que hoje as populações que podem estar vulneráveis são aquelas que têm risco de incêndio mais elevado" João Tiago Carapau, director executivo da Pater

A vereadora Nádia Coelho explicou que a edilidade já se encontra a actuar em algumas áreas, nomeadamente "na questão da reflorestação, do controlo de invasoras a nível florestal, quer seja no próprio controlo de fugas de perdas de água".

Acrescenta que nos próximos dois dias vão decorrer workshops com vários órgãos públicos e privados para que "possam colaborar para enriquecer este plano". 

Importa referir que o Plano de Acção Climática (PAC) é um documento estratégico e de continuidade e que terá um impacto directo na acção do executivo. Este é um trabalho em conjunto entre o foro público e privado do Funchal.

O plano teve um custo de 67 mil e 500 euros e deverá estar concluído e aprovado, primeiro com discussão pública, depois em Reunião de Câmara e Assembleia Municipal, dentro de um ano .

A próxima sessão de trabalho será em Outubro.