Economia regional completa três anos de crescimento ininterrupto
Depois do impacto da covid, a recuperação tem sido positiva a vários níveis
Desde que a covid 'atacou', levando ao encerramento quase total da ilha e da região ao mundo exterior, tendo depois reaberto que o Indicador Regional de Atividade Económica (IRAE) tem estado sempre em alta e em Março de 2024 completou o terceiro ciclo anual na trajectória positiva de crescimento, ainda que "a um ritmo inferior ao verificado no mês anterior", refere hoje a Direção Regional de Estatística da Madeira.
"É ainda de assinalar que no mês de referência completou-se um ciclo de 36 meses de crescimento contínuo da economia", refere a DREM, situando o último mês no 'vermelho' em Março de 2021, um ano após o encerramento das actividades devido à pandemia de coronavírus. Depois disso, Abril de 2021 deu-se o início deste ciclo positivo, tendo ainda assim estado já perto de cair na estagnação.
Recorde-se que antes da covid a economia regional teve praticamente 8 anos de crescimento económico, entre Maio de 2013 e precisamente Março de 2020.
A DREM, como habitualmente, divulga "uma análise concisa dos principais indicadores de curto prazo, divididos em temas, chamando-se à atenção que muitas das variações mencionadas estão em médias móveis de três meses, uma técnica comum nos boletins de conjuntura, para suavizar as irregularidades e mostrar a tendência", justifica.
Actividade Económica
"Como mencionado anteriormente, a atividade económica regional, em março de 2024, embora em crescimento, desacelerou face ao mês anterior.
O desempenho do setor de turismo contribuiu para o crescimento económico, uma vez que as dormidas (excluindo o alojamento local abaixo de 10 camas) aumentaram, em março, 2,4%, acima dos 0,7% registados em fevereiro anterior. De notar ainda que os proveitos totais no alojamento turístico registaram um incremento de 10,8% (10,4% em fevereiro último).
A emissão de energia elétrica, um indicador normalmente associado à evolução da atividade económica, cresceu 2,7%, em março de 2024, valor superior aos 2,0% verificados no mês anterior. A introdução no consumo de gasóleo registou uma quebra ligeira de 0,2%, após ter crescido 0,4% em fevereiro anterior.
Analisando a relação entre as sociedades constituídas e dissolvidas, observa-se que, em março de 2024, foram criadas 2,4 novas sociedades por cada sociedade dissolvida na Região, uma proporção superior à do mês anterior (1,9).
Indicadores Qualitativos
Os indicadores de confiança disponíveis para março de 2024, em comparação com o mês anterior, mostram um aumento nos setores das indústrias transformadora, construção e serviços, e uma diminuição no setor do comércio.
Consumo Privado
Um dos indicadores reveladores da evolução do consumo privado refere-se às operações da rede SIBS, com cartões emitidos por bancos nacionais. Ao observar o total dos montantes levantados em caixas multibanco e das compras feitas através de terminais de pagamento automático, com cartões nacionais, constatou-se um crescimento de 6,4% em março de 2024 (7,4% em fevereiro anterior).
A introdução no consumo de gasolina desacelerou, com a variação homóloga a crescer 8,6%, em março de 2024, quando tinha aumentado 9,6% em fevereiro anterior. Por sua vez, as aquisições de automóveis novos ligeiros de passageiros por residentes decresceram 24,4% (-5,3% no mês anterior). O saldo dos empréstimos para consumo concedidos às famílias e às instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias decresceu 13,7%, em março de 2024, quando tinha caído 14,9% no mês anterior.
Investimento
Quanto ao Investimento, os indicadores, para março de 2024, dividem-se em dois grupos: os que apresentam sinal positivo, tais como as vendas de automóveis ligeiros de mercadorias (17,3%; 10,2% em fevereiro anterior), a avaliação bancária de habitação (18,5%; 17,9% no mês precedente) e o licenciamento de edifícios (21,7%; 18,2% no mês anterior); e os que estão em queda, como o saldo dos empréstimos concedidos às famílias para habitação (-0,9%, a mesma queda em fevereiro anterior), a comercialização de cimento (-3,1%; 5,4% em fevereiro último) e o saldo dos empréstimos concedidos a sociedades não financeiras (-6,8%; -3,9% em fevereiro de 2024).
Procura Externa
Embora o comércio com o estrangeiro represente apenas uma pequena parcela do comércio global realizado pela Região (a maior parte do qual é com o Continente), é importante assinalar que, tanto as exportações (-12,8%; -5,7% em fevereiro precedente), como as importações de bens (-22,9%; -28,2% em no mês anterior) diminuíram. O movimento de mercadorias nos portos (-1,6%; 0,0% no mês anterior), que é um indicador mais abrangente em relação à dinâmica do comércio exterior, recuou face ao mês anterior. Já noutros indicadores, em março de 2024, observa-se que a desaceleração no movimento de passageiros nos aeroportos (2,1%; 2,8% em fevereiro último) está em linha com a evolução do total de levantamentos em caixas multibanco e compras por meio de terminais de pagamento automáticos, com cartões internacionais (9,0%; 9,7% no mês precedente).
Mercado de Trabalho
Os dados provenientes dos organismos que tutelam a área do Emprego no País e na Região mostram que, em março de 2024, verificaram-se reduções nas ofertas de emprego (-38,0%), nos pedidos de emprego (-7,0%) e também nos desempregados inscritos ao longo do mês (-7,9%).
Preços
Em março de 2024, a taxa de inflação homóloga, que se fixou em 2,4%, desacelerou face ao mês anterior (2,8%), sendo menor nos Bens (1,0%) e maior nos Serviços (4,4%). A inflação subjacente (que exclui os produtos alimentares não transformados e energéticos) foi de 2,9%."