Meloni diz que Europa deve "compreender a mensagem" dada nas eleições europeias
A primeira-ministra italiana alertou hoje que a Europa "deve compreender a mensagem" dada nas eleições europeias, com um aumento de votos na extrema-direita, insistindo em que a política deve "responder às indicações dos cidadãos".
Falando na conferência de imprensa de encerramento da cimeira de chefes de Estado e de Governo do G7 (grupo das sete maiores economias do mundo), que decorreu entre quinta-feira e hoje em Puglia (sul de Itália) sob a presidência italiana, Giorgia Meloni disse esperar que "a Europa compreenda a mensagem que chegou dos cidadãos europeus, porque tirar a conclusão das eleições europeias de que tudo está bem seria uma leitura algo parcial".
"Os cidadãos europeus apelam ao pragmatismo e a uma abordagem menos ideológica de uma série de questões importantes", apontou a chefe de estado de Itália, citada pela agência de notícias francesa AFP.
Meloni é uma forte opositora, por exemplo, do Pacto Verde Europeu e, por outro lado, uma promotora de uma posição mais dura em relação à migração.
"Penso que a política deve, acima de tudo, responder às indicações dos cidadãos", insistiu.
Sobre as negociações entre os 27 estados-membros da União Europeia para "os cargos de topo" nas principais instituições europeias, que arrancam na segunda-feira, Meloni expressou o desejo de que seja reconhecida a importância da Itália.
"Os dois pontos que me interessam e com base nos quais apresentarei as minhas avaliações são: o papel da Itália em termos de competências deve ser reconhecido e a Europa deve compreender a mensagem que chegou do eleitorado europeu", afirmou, citada pela agência Efe.
E continuou: "A Itália deve ter o papel que lhe cabe no que respeita às competências que terá de assumir aquando da formação da Comissão."
Giorgia Meloni saiu reforçada das eleições europeias do dia 09, com mais de 28% dos votos para o seu partido pós-fascista Fratelli d'Italia, tendo-se vangloriado de ter "o Governo mais forte da Europa", uma vez que os líderes de outros países saíram enfraquecidos das eleições europeias, como o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz.
Quanto à possível recondução de Ursula von der Leyen à frente da Comissão Europeia, a líder italiana referiu que a proposta para a presidência da Comissão "cabe ao Partido Popular Europeu (PPE), o partido com o maior número de deputados".
Doze dos 27 membros do Conselho Europeu são membros do PPE e, de acordo com uma regra não escrita, o vencedor das eleições europeias pode reclamar a presidência da Comissão Europeia.