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Avião com passageiros pró-russos foi impedido de aterrar na Moldova

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Um avião que fazia a ligação da Arménia para a Moldova com passageiros pró-russos não foi autorizado a aterrar hoje em Chisinau e foi desviado para a Roménia, provocando um novo incidente político.

"Como exigido pela lei, o operador não solicitou autorização com três dias de antecedência para alterar o horário do voo", explicou a autoridade da aviação civil da Moldova na rede social Facebook.

O aeroporto de Bucareste confirmou que a aeronave aterrou na manhã de hoje, transportando 174 passageiros e foi posteriormente alvo de uma falsa ameaça de bomba, o que exigiu uma verificação de segurança para permitir que ele descolasse.

"O aeroporto de Chisinau recusou a aterragem de um voo de Moscovo via Erevan, transportando participantes do congresso da oposição moldava, e o avião foi desviado para Bucareste", escreveu na rede social Telegram a deputada pró-russa Marina Tauber.

Em vídeos divulgados por esta deputada, citados pelas agências internacionais, é possível ver passageiros dentro da aeronave da companhia moldava Flyone, que são posteriormente informados que devem desembarcar para passar por controlos de identidade.

A situação política entre Moscovo e Chisinau está tensa à medida que se aproxima a eleição presidencial de 20 de outubro neste país que durante muito tempo esteve na órbita russa, mas que sob a liderança atual da Presidente Maia Sandu se voltou para o Ocidente.

Sandu concorre à sua reeleição e tem alertado repetidamente contra a interferência russa nos assuntos internos moldavos.

Num comunicado divulgado na quinta-feira, os Estados Unidos, Reino Unido e Canadá afirmaram que "atores russos estão a organizar um esquema para influenciar os resultados" e a "espalhar rumores" sobre a atual chefe de Estado.

De acordo com esta versão ocidental, o Kremlin (presidência russa) estará a utilizar "grupos criminosos para financiar atividades políticas e minar as instituições democráticas da Moldova".

Em abril, a polícia moldava apreendeu um milhão de euros em dinheiro vivo de cerca de 150 partidários pró-russos da oposição, que regressavam de uma reunião em Moscovo e que são suspeitos de "participação num esquema de financiamento ilegal" antes da eleição presidencial.

Por sua vez, os oponentes de Maia Sandu denunciam várias ações de repressão para impedir a sua participação na eleição.

Com cerca de 2,5 milhões de habitantes, a Moldova situa-se entre a Roménia e a Ucrânia.

A região separatista moldava da Transnístria ganhou destaque após o início da guerra na Ucrânia devido aos laços com a Rússia e à sua importante posição geoestratégica.

Kiev chegou mesmo a denunciar alegadas incursões russas na Ucrânia ocidental a partir da região separatista.

A Rússia mantém um contingente de 1.500 soldados na Transnístria, cujos separatistas pró-Moscovo controlam o território desde a guerra civil na Moldova, em 1992.