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Manifestações contra extrema-direita no fim de semana em França mobilizam 21.000 polícias

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Um dispositivo de 21.000 polícias e guardas nacionais será destacado em França para supervisionar as manifestações contra a extrema-direita que decorrerão no fim de semana em todo o país, indicou hoje uma fonte policial.

Por iniciativa de cinco confederações sindicais e muitas associações, toda a esquerda foi convocada para marchar em todo o país no fim de semana, na esperança de mobilizar os eleitores para impedir uma maioria de extrema-direita na Assembleia Nacional, após as eleições legislativas surpresa anunciadas pelo Presidente da República, Emmanuel Macron.

A mobilização incluirá 150 ações em todo o país, esperando-se entre 300.000 e 350.000 pessoas, segundo outra fonte policial.

Em Paris, no sábado, o cortejo partirá pelas 14:00 (13:00 de Lisboa) da praça da República em direção à praça da Nação, passando pela praça da Bastilha - locais simbólicos de manifestação em França -- e são esperados entre 50.000 e 100.000 participantes, de acordo com as estimativas da polícia.

Num telegrama hoje enviado aos presidentes das câmaras, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, sublinhou que "o período que antecede as eleições é caracterizado pela convocação de manifestações na via pública suscetíveis de causar graves distúrbios da ordem pública", com "confrontos violentos entre a extrema-direita (2.700 indivíduos sinalizados) e a esquerda radical (5.500 indivíduos sinalizados)".

O presidente do partido de extrema-direita União Nacional (RN, na sigla em francês), Jordan Bardella, instou hoje os outros partidos políticos franceses a apelarem para a calma, antes do fim de semana que se prevê tenso no país devido à convocação de vários protestos contra a extrema-direita.

"Exorto sinceramente todos os partidos políticos, incluindo os de esquerda (...) a apelarem para a calma", declarou Bardella, candidato da RN a primeiro-ministro nas próximas eleições legislativas, agendadas para 30 de junho e 07 de julho.

A esmagadora vitória da RN, que mantém presente a figura de Marine Le Pen, nas eleições europeias de domingo passado causou um "terramoto político" em França, ao qual o chefe de Estado reagiu dissolvendo a Assembleia Nacional e convocando eleições legislativas antecipadas, e parte da população reagiu saindo à rua para se manifestar contra a extrema-direita.

"A democracia não pode ser questionada ao ponto de se rejeitar os resultados das urnas", criticou Bardella, em declarações à comunicação social, segundo o canal televisivo de notícias francês BFMTV.

Após o anúncio de Macron de eleições antecipadas, os partidos de esquerda conseguiram chegar um acordo para disputar as eleições em conjunto.

Entretanto, a direita clássica do partido Os Republicanos (LR, na sigla em francês) está a atravessar uma crise interna, depois de o seu líder, Éric Ciotti, ter aberto a porta a um pacto com Le Pen.

As sondagens dão a vitória à RN, com 31% das intenções de voto na primeira volta, embora com a criação da coligação de esquerda, batizada como Nova Frente Popular, os partidos de esquerda tenham reduzido a margem, podendo alcançar 28% e ficar a apenas três pontos percentuais do partido de Le Pen.