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Desporto

Fábio Pereira deseja "manter a base da equipa" do Marítimo

Foto Arquivo/Helder Santos/Aspress
Foto Arquivo/Helder Santos/Aspress

Depois de o Marítimo 'morrer na praia' na última jornada da II Liga de futebol, o treinador Fábio Pereira já pensa na época 2024/25, com a intenção de preservar a 'espinha dorsal' do plantel.

"A nossa prioridade é manter a base da equipa para a próxima época", disse o técnico, de 45 anos, em entrevista à agência Lusa, acrescentando que será necessário "reajustar algumas saídas", de forma a construir um plantel competitivo para lutar pela subida à I Liga.

Sobre entradas, Fábio Pereira não adiantou o nome de nenhum reforço, mas garante que "os jogadores contratados virão para acrescentar qualidade ao grupo", tendo prometido "novidades para breve".

Natural do Funchal, o treinador assumiu os destinos do Marítimo em 07 de dezembro de 2023, depois de concluída a 12.ª jornada, com os insulares na sexta posição, com 19 pontos, em igualdade pontual com o Tondela, mas a sete dos líderes Nacional e Santa Clara.

Sucessor de Manuel Tulipa, Fábio Pereira apenas perdeu um jogo na II Liga, um campeonato que diz ser "muito equilibrado e competitivo", e no qual "todas as equipas podem roubar pontos aos adversários teoricamente mais fortes".

"Tivemos um trajeto muito consistente", disse o treinador, que lamenta apenas a "falta de eficácia na finalização", sendo essa, no seu entender, uma das razões para "alguns resultados menos conseguidos", com "muitas oportunidades de golo desperdiçadas".

A propósito do afastamento do avançado José Bica, que deixou de treinar com o plantel principal durante o mês de fevereiro, por motivos disciplinares, Fábio Pereira esclareceu que "não teve influência nenhuma no grupo", sendo uma decisão que serviu para proteger a equipa.

"O balneário ficou muito mais saudável", considera, adiantando que "nenhum colega intercedeu a favor" do jogador, num caso que terminou com a rescisão unilateral do contrato por parte do atleta, mas que segue agora para os tribunais. 

O técnico mostra-se feliz em poder dizer que Lucas Silva, que contribuiu com 13 golos e foi o melhor marcador da equipa, "vai continuar" no Marítimo, acrescentando que também gostava de ver a continuidade de Amir, guarda-redes de "muito bom nível" e com grande preponderância na equipa.

"Sócio do Marítimo há mais de 30 anos", Fábio Pereira foi atleta do clube nos escalões de formação, tendo somado 188 aparições com a camisola dos 'verde-rubros', desde as 'escolinhas' até aos juniores, com um total de 45 golos marcados.

Apesar de internacional pela seleção portuguesa no escalão de sub-15, o técnico passou ao lado de uma carreira promissora como futebolista, mas confessa que 'bebeu' muito do "conhecimento profundo" que adquiriu nos "diferentes balneários" por onde passou.

"Infelizmente, não consegui ter a carreira de jogador que almejava e cedo decidi enveredar pela área do treino" confidenciou, para depois dizer que gosta de ter "equipas equilibradas", capazes de "defender bem", pois assim está "mais perto de conseguir vitórias".

Contudo, diz que também sabe montar equipas capazes de "marcar muitos golos", como é o caso do Marítimo, que teve o segundo ataque mais concretizador da II Liga, com 52 tentos, e com momentos de "grande supremacia sobre quase todos os adversários".

Depois de 'pendurar' as chuteiras, Fábio Pereira teve a primeira oportunidade como treinador na equipa B do União da Madeira, um trabalho modesto mas que agarrou com 'unhas e dentes', pois "todos os projetos no futebol são para levar a sério".

Na "primeira aventura fora da Madeira", foi convidado para ser adjunto no Sporting de Braga B, que jogava na II Liga, onde teve oportunidade de trabalhar com jogadores como Rafa Silva, Rodrigo Battaglia e Nikola Vukcevic, numa "experiência muito enriquecedora".

"A responsabilidade no Sporting de Braga B era muito grande", refere Fábio Pereira, que diz ter aprendido muito na passagem pelos 'arsenalistas', por ser um clube de grande "exigência".