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Libertado um dos quatro franceses detido no Irão

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Foto Reuters

O Presidente francês Emmanuel Macron anunciou hoje a libertação de Louis Arnaud, que estava detido no Irão desde setembro de 2022, e instou Teerão a libertar "sem demora" os outros três franceses ainda detidos neste país.

"Louis Arnaud está livre. Estará em França amanhã, depois de um longo encarceramento no Irão", anunciou o chefe de Estado francês numa mensagem publicada na rede social X.

"Agradeço aos nossos amigos do Omã e a todos aqueles que trabalharam para este resultado feliz. Esta noite, penso também em Cécile, Jacques e Olivier. Apelo ao Irão para que os liberte sem demora", acrescentou, referindo-se aos outros três franceses ainda detidos.

Fonte diplomática de França adiantou à agência France-Presse (AFP) que "Louis Arnaud deixou a prisão na madrugada de quarta-feira".

"Consultou um médico que determinou que podia viajar de avião. Está atualmente no Omã", acrescentou esta fonte diplomática.

O consultor de 30 anos iniciou em julho de 2022 uma digressão mundial que o levou ao Irão, "um país que há muito sonhava visitar pela riqueza da sua história e pelo acolhimento dos seus habitantes", contou, há alguns meses, a sua mãe, Sylvie Arnaud.

O francês foi detido em setembro de 2022 juntamente com outros europeus acusados de participar de protestos após a morte de Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana que morreu durante a detenção pela polícia da moralidade.

Os seus companheiros de viagem foram rapidamente libertados, mas Louis Arnaud permaneceu na prisão antes de ser condenado em novembro a cinco anos de prisão por propaganda e por pôr em perigo a segurança do Estado iraniano.

A sua condenação foi considerada inaceitável por Paris.

Os outros três franceses ainda detidos nas prisões iranianas são o casal Cécile Kohler e Jacques Paris, detido em maio de 2022, bem como um francês chamado Olivier, cujo nome completo não foi divulgado.

"Obviamente continuaremos os nossos esforços pelos três franceses que permanecem detidos no Irão", garantiu a mesma fonte diplomática.

A libertação de Louis Arnaud é "o resultado do trabalho que as autoridades francesas desenvolveram durante vários meses com as autoridades iranianas, incluindo os contactos do ministro dos Negócios Estrangeiros Stéphane Séjourné com o seu homólogo antes da sua morte".

O Presidente iraniano Ebrahim Raïssi, e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros morreram em 19 de maio num acidente de helicóptero.

Em maio passado, Paris tinha denunciado, em comunicado, a "prática abominável da República Islâmica de confissões forçadas e públicas, bem como as condições de detenção desumanas e indignas infligidas" aos franceses.

Outros dois franceses, Benjamin Brière e Bernard Phelan, que também tem nacionalidade irlandesa, foram libertados há pouco mais de um ano, em maio de 2023, por "razões humanitárias".

Estes tinha ficado muito frágeis e diminuídos devido a uma greve de fome.

A República Islâmica do Irão detém mais de dez cidadãos ocidentais e é acusada de os utilizar como moeda de troca em negociações entre estados.

Esta libertação ocorreu no momento em que a França e os seus parceiros ocidentais decidiram endurecer o seu tom contra Teerão, que também é acusado de desestabilizar o Médio Oriente.

França e os Estados Unidos "estão determinados a exercer a pressão necessária" sobre o Irão, que lidera "uma estratégia de escalada total", declarou Emmanuel Macron no sábado ao lado do seu homólogo norte-americano Joe Biden.