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A Guerra País

Primeiro grupo de feridos da guerra na Ucrânia chega sexta-feira a Portugal

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Um primeiro grupo de 15 feridos de guerra ucranianos, combatentes na frente de batalha do leste do país, chega na sexta-feira a Portugal para iniciar uma recuperação no novo centro de reabilitação de Ourém, disse a associação responsável.

O centro, localizado em Aldeia Nova, concelho de Ourém, distrito de Santarém, iniciativa da associação Ukrainian Refugees UAPT (conhecida por HELP UA.PT), foi criado a partir da recuperação de um antigo seminário, com o apoio de diversas empresas e da sociedade civil, e será inaugurado no sábado.

Em declarações à agência Lusa, Ângelo Neto, tesoureiro da Ukrainian Refugees UAPT, indicou que o primeiro grupo de 15 militares ucranianos a vir para Portugal está estabilizado fisicamente, mas com muito debilitado em termos psicológicos.

"São todos com membros amputados, mas já estão estabilizados, já foram operados e já estão com a prótese temporária. Vão agora ter tratamento de reabilitação no sentido de começarem a aprender a andar, a usar as próteses", afirmou o dirigente associativo.

"Em termos clínicos estão estabilizados, mas psicologicamente muito debilitados", vincou Ângelo Neto.

O tesoureiro da associação, que falava à Lusa a partir de Kiev, capital da Ucrânia, onde se deslocou para acompanhar a viagem dos militares e dos médicos que os acompanham, explicou que o grupo irá sair de território ucraniano na manhã de quinta-feira num autocarro especial em direção a Varsóvia, capital da Polónia.

Daí, farão a viagem para Lisboa num voo regular da TAP, que tem chegada prevista para sexta-feira, sendo, em seguida, transportados para o centro de recuperação de Aldeia Nova.

"Vão diretos para o centro porque vêm com os médicos que trataram deles desde que sofreram os ferimentos na frente de batalha. Caso precisemos de algum exame mais prioritário ou mais técnico, será a CUF de Santarém que nos dá esse apoio", revelou o tesoureiro da associação.

Segundo Ângelo Neto, os 15 feridos serão acompanhados por quatro fisioterapeutas do exército ucraniano, que ajudarão na tradução com os fisioterapeutas bilingues disponibilizados pela associação.

Esses médicos militares ucranianos também irão dar "uma pequena formação" aos profissionais de saúde do centro de recuperação "sobre como tratar traumas de guerra".

"Porque nós não temos nada que se assemelhe a esse horror em Portugal", observou o dirigente da Ukrainian Refugees UAPT.