Hungria viabilizará apoio da NATO e dos aliados a Kiev
A Hungria vai estar fora dos próximos esforços da NATO para apoiar a Ucrânia na defesa "contra a agressão russa", permitindo que outros parceiros da Aliança Atlântica o façam, anunciou hoje o secretário-geral da organização.
"Nenhum elemento húngaro participará" nas atividades que serão acordadas na próxima cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) em Washington, em julho, disse Stoltenberg numa conferência de imprensa, em Budapeste, ladeado pelo primeiro-ministro ultranacionalista húngaro, Viktor Orbán.
Stoltenberg explicou que a NATO aceita a posição de Budapeste, enquanto o Governo húngaro se comprometeu a não se opor e a "permitir" ações de apoio a Kiev por parte dos "outros aliados", acordaram os dois políticos na reunião à porta fechada que tiveram hoje, em que as duas partes concordaram igualmente que não serão utilizados fundos húngaros.
"A Hungria deixou claro nas negociações de hoje que não pretende bloquear as decisões da NATO que, apesar de divergirem da posição húngara, são apoiadas pelos outros Estados-Membros", confirmou Orbán.
Orbán indicou no encontro com Stoltenberg que, de acordo com os estatutos da NATO, os aliados não são obrigados a participar em ações fora do território dos Estados-Membros.
A Hungria "recebeu as garantias necessárias", disse Orbán, sublinhando que o seu país continuará a ser um membro leal e empenhado da Aliança Atlântica.
Stoltenberg sublinhou que a Hungria não irá prejudicar os esforços da Aliança Atlântica para consolidar a ajuda à Ucrânia.
"O primeiro-ministro [Viktor Órban] e eu concordámos que a Hungria não irá impedir que os outros aliados se comprometam a apoiar financeiramente a Ucrânia e que a NATO desempenhe um papel de liderança na coordenação", afirmou Stoltenberg.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022.