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Madeira

Anacom diz Digi deve entrar no mercado até Novembro mas ainda há obstáculos

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Foto Lusa

A presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) disse hoje no parlamento que a Digi deverá lançar os primeiros serviços até novembro, mas avisou que persistem obstáculos à entrada plena, apelando para que os operadores existentes não criem barreiras.

"É expectável que essa entrada ocorra até novembro deste ano", afirmou Sandra Maximiano, em audição na Comissão parlamentar de Economia.

A presidente da Anacom disse que a operadora de origem romena Digi, para lançar os seus serviços, tem estado a desenvolver infraestrutura própria mas que também precisa de negociar a obtenção de serviços com outras empresas - desde conteúdos televisivos até à inteligação de chamadas e mensagens entre os seus clientes e clientes de outros operadores - para entrar em pleno no mercado.

"Temos tido reuniões com a Digi para perceber até que pontos estas condições estão satisfeitas, os problemas inerentes, temos mostrado a nossa disponibilidade na remoção destes obstáculos", detalhou Sandra Maximiano, apelando para que as empresas já presentes "não criem barreiras que dificultem essa entrada", pois - considerou - é "muito fácil criar barreiras".

Sobre o número de operadores que o mercado português suporta, Sandra Maximiano disse que "não há um número ideal" e que a prova de que existe espaço para mais um operador é o interesse da Digi.

"Ninguém investiria num mercado que exige grandes investimentos se não esperasse um retorno desse investimento. Há do ponto de vista económico um sinal claro de que existe espaço para esse operador", vincou.

Questionada sobre a operação da Digi na Madeira e nos Açores, Sandra Maximiano disse que a informação que tem da empresa é que tem aí infraestruturas para disponibilizar os seus serviços.

Em maio, no 33.º Congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), a presidente da Anacom afirmou que a entrada da operadora Digi em Portugal levará a "uma reação criativa e saudavelmente competitiva" dos operadores de comunicações eletrónicas.

Ainda sobre o mercado de telecomunicações, a presidente do regulador das comunicações considerou necessário um estudo profundo do mercado português e que não se centre apenas nos preços (se são altos ou baixos na comparação europeia), mas também nas preferências dos consumidores quanto a serviços, considerando que cada vez mais as pessoas preferem Internet ilimitada do que determinado número de chamadas em telefone móvel e fixo.

Sobre o serviço dos CTT, Maximiano disse que a Anacom está "sempre atenta à qualidade do serviço" e que se preocupa com, entre outros temas, o funcionamento dos estabelecimentos, centros de distribuição, cartas extraviadas, e que analisa as reclamações para as avaliar cuidadosamente e atuar.