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Que Juventude Social Democrata é que queremos?

A JSD nasceu e conseguiu conquistar junto da sociedade civil uma imagem de irreverência e coragem, consubstanciada num espírito reformista, com causas e bandeiras, e com total despreendimento nas consequências das suas acções políticas.

As bandeiras que a JSD ao longo dos anos abraçou fizeram-na liderar os temas que marcavam a vida dos jovens. O seu quotidiano, as suas metas e os seus projectos de vida. O pragmatismo de resolver os principais problemas dos jovens e de lhes garantir um horizonte profícuo e estável. O mesmo pragmatismo que tem de voltar à JSD. Com total autonomia, sem ingerências, sem medo de assumir posições, antecipando-se em liderar a agenda e não se limitando a “correr atrás do prejuízo”.

Hoje na Madeira há uma geração de jovens adultos que precisa de se ver mais representada na JSD. Jovens adultos que ingressaram no mercado de trabalho e não encontram um salário condizente com a sua formação académica. Jovens adultos que não encontram trabalho na sua área de formação. Jovens adultos que sofrem com a estagnação do salário médio e qualificado. Jovens adultos que procuram ter acesso à compra da primeira habitação e a um arrendamento em condições economicamente justas.

São estes nos dias de hoje os principais problemas dos jovens madeirenses. E são estes precisamente os problemas para os quais a JSD tem de ser a primeira a lançar para o debate mediático e a encontrar soluções.

Habitação e Salário. São, a meu ver, estes os dois principais desígnios da JSD no imediato. Há toda uma faixa etária no pós-faculdade e até à emancipação económica e social que precisa urgentemente do papel interventivo da JSD. Sem esquecer obviamente os estudantes e o ensino superior, como tem sido feito, e com muita qualidade, nos últimos anos.

Toda uma faixa etária que espera da JSD, e dos seus protagonistas, o exemplo de comportamentos que deve pautar uma sociedade moderna e liberal, em conformidade com os padrões das democracias europeias. De protagonistas empreendedores, com experiência e sucesso profissional nas suas áreas, que vivam diariamente a realidade e sintam os problemas dos seus iguais, que não temam nem atrasem o modelo rotativista e plural que se vai sendo cada vez mais exigido (e bem) aos agentes políticos.

Não é tempo de cavalgar disputas internas passadas do PSD, para daí agora recolher dividendos, muito menos quando não se o fez na altura certa. É tempo de agregar e unir, procurar consensos, porque a JSD tem de ser um espaço para todos e onde todos tenham espaço.

Termino não sem antes deixar, ainda a propósito de reformismo, uma nota sobre estas eleições europeias. Infelizmente a candidata do PSD-Madeira, Rubina Leal, um destacado e reconhecido quadro do nosso partido, que muito poderia trazer à Madeira, não foi eleita. Isto levanta a necessidade de discutirmos a criação de um círculo próprio para cada uma das Regiões Ultraperiféricas. Regiões com um Estatuto próprio e específico, contemplado nos tratados europeus. Um bom tema para a JSD abraçar.

Da mesma forma que podemos procurar combater o centralismo do Tribunal Constitucional, que em matérias das Regiões Autónomas, como o Mar, por exemplo, assume posições para as quais tem pouca ou nenhuma sensibilidade. Por que não os parlamentos regionais indicarem nomes para a composição deste Tribunal, por exemplo?

Ser JSD não é só ser jovem. É ter espírito jovem e reformista.