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Mundo com recorde de conflitos desde a II Guerra Mundial

Descubra o que é o Índice Global da Paz

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Portugal foi hoje considerado o sétimo país mais pacífico do Mundo, através do Índice Global da Paz 2024, que também apontou a Islândia como a nação menos conflituosa.

Mas, afinal, o que é o Índice Global da Paz?

É um relatório anual, produzido pelo Instituto para a Economia e Paz em colaboração com as Nações Unidas, que mede o nível de paz em 163 países e territórios independentes. Trata-se por isso da principal medida de paz global, pois avalia indicadores em três domínios principais: segurança e protecção, conflitos em curso, segurança e militarização.

Na área da segurança e protecção inclui taxas de homicídios, crimes violentos, impacto do terrorismo, e percepções de criminalidade. No âmbito dos conflitos, avalia valia a quantidade e intensidade de lutas internas e externas, bem como as relações de cada nação com os seus países vizinhos. Por sua vez, na secção da militarização, mede a presença militar, os gastos com a Defesa, e a exportação e importação de armas.

A recente edição é a 18.ª do relatório e cobre 99,7% da população mundial. Através da análise de 23 indicadores qualitativos e quantitativos, apresenta a apreciação mais completa até à data sobre a paz, valor económico, tendências e forma de desenvolver sociedades pacíficas, pois em cada país analisa factores como taxas de homicídio, impacto do terrorismo, número de conflitos activos, e níveis de militarização.

Portugal desce um lugar e é agora sétimo país mais pacífico do Mundo

Portugal é o sétimo país mais pacífico do mundo no Índice Global da Paz 2024, tendo descido uma posição em relação ao ano anterior e mantendo a quinta posição entre os países europeus.

Islândia é país mais pacífico de mundo

A Islândia é o país mais pacífico do mundo, segundo o Índice Global da Paz (IGP) 2024, divulgado hoje pelo Institute for Economics and Peace (IEP), enquanto os conflitos atingiram o seu maior número desde a II Guerra Mundial.

O novo documento conclui que muitas das condições que precedem os grandes conflitos estão mais elevadas em relação ao que tivemos desde a final da Segunda Guerra Mundial. Existem actualmente 56 conflitos activos, o maior número desde o final da II GM, e temos também menos conflitos a serem resolvidos, seja militarmente ou através de acordos de paz.

Os conflitos também estão a tornar-se mais internacionalizados, com 92 países agora envolvidos em guerras para além das suas fronteiras, o maior número desde a criação do Índice Global da Paz, em 2008, complicando os processos de negociação para uma paz duradoura e prolongando as hostilidades.

"A internacionalização do conflito é impulsionada pelo aumento da competição entre grandes potências e pela ascensão de potências de nível médio, que estão a tornar-se mais ativas nas suas regiões", indicou o relatório.

Embora as medidas de militarização tenham melhorado durante os primeiros 16 anos do Índice, a tendência inverteu-se e em 2024 a militarização aumentou em 108 países. De acordo com o estudo, a combinação desses factores significa que a probabilidade de outro grande conflito é maior do que em qualquer momento desde o início do GPI.

Os resultados desse ano revelaram que o nível médio de paz deteriorou-se em 0,56%. Cerca de 65 países melhoraram o seu índice de paz, entretanto, 97 nações tiveram uma queda no ranking, o pior resultado num único ano desde o início do IGP.

O impacto económico da violência na economia global em 2023 foi de 19,1 biliões de dólares em termos de paridade de poder de compra (PPC). Este valor equivale a 13,5% da actividade económica mundial (produto mundial bruto) ou 2.380 dólares por pessoa.

As despesas militares e de segurança interna representaram mais de 74% do total impacto económico da violência, com os gastos militares respondendo por 8,4 biliões de dólares no ano passado.

Muitos países experimentaram enormes quedas no Produto Interno Bruto (PIB) como resultado de conflitos violentos durante 2023. A economia da Ucrânia encolheu cerca de 30% em 2022 como consequência da invasão russa, embora algumas estimativas sugiram que a guerra civil síria levou a uma queda de 85% do PIB.