Biden diz que respeita veredicto do processo criminal contra filho e mostra-se orgulhoso
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que "aceita o resultado" do processo criminal contra o seu filho Hunter, que foi considerado hoje culpado de três crimes, por compra e posse ilegal de arma e por falsas declarações.
"Sou Presidente, mas também pai. Jill e eu amamos o nosso filho e estamos muito orgulhosos do homem que ele é hoje. (...) Nada mudará isso", disse Biden, num comunicado divulgado pela Casa Branca (Presidência norte-americana).
Hunter Biden também já reagiu ao veredicto, afirmando estar grato pelo apoio familiar que teve durante o julgamento, mas mostrou-se desapontado com a decisão judicial, em que um júri num tribunal de Delaware o declarou culpado de três crimes.
O júri considerou Hunter Biden culpado de ter mentido a um comerciante de armas com licença federal, de ter feito uma declaração falsa no formulário que preencheu, afirmando não ser consumidor de drogas, e de ter mantido ilegalmente a arma durante 11 dias.
Durante o julgamento, Joe Biden emitiu um primeiro comunicado no qual demonstrou o seu apoio e, numa entrevista na passada quinta-feira à estação televisiva ABC News, descartou exercer o seu poder de perdão.
Hoje, o chefe de Estado norte-americano insistiu nesta ideia de não exercer poderes presidenciais neste caso.
"Aceitarei o resultado deste caso e continuarei a respeitar o processo judicial enquanto Hunter apresenta recurso. Jill e eu sempre estivemos ao lado de Hunter e do resto da nossa família. com o nosso amor e apoio", assegurou Biden.
Hunter Biden é filho da primeira mulher do Presidente.
"Muitas famílias que tiveram entes queridos que lutaram contra o vício compreendem o sentimento de orgulho em ver alguém que amamos sair do outro lado e ser tão forte e resiliente na recuperação", acrescentou o Presidente na mesma nota informativa.
O caso poderá afetar a campanha de Joe Biden nas eleições presidenciais de 05 de novembro, já que os republicanos, especialmente o ex-presidente e pré-candidato Donald Trump (2017-2021), também ele recentemente condenado, usam frequentemente este tema como arma política.
Agora, Hunter Biden e Donald Trump foram ambos condenados por júris norte-americanos num ano eleitoral que se tem centrado tanto em casos judiciais como em eventos de campanha e comícios.
Hunter Biden enfrenta uma pena de até 25 anos de prisão, quando a juíza Maryellen Noreika emitir a sentença, embora não seja habitual atribuir aos condenados pela primeira vez uma pena que se aproxime remotamente da moldura penal máxima, não sendo mesmo claro se a juíza lhe imporá sequer algum tempo de prisão efetiva.