Manifestantes antifascistas e nacionalistas envolvem-se em confrontos em Lisboa
Manifestantes antifascistas e nacionalistas envolveram-se hoje em confrontos junto ao Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, e obrigaram à intervenção de agentes da PSP para pôr fim aos incidentes.
A Unidade Especial da Polícia foi obrigada a intervir perto das 18:00 sobre manifestantes de ambos os lados para os separar, constatou a Lusa no local. Depois de separar os dois grupos a PSP usou momentaneamente bastões sobre estes manifestantes.
Os confrontos ocorreram após cerca de meia hora de provocações mútuas entre os dois movimentos que se encontravam separados por poucos metros. Além de cânticos, houve arremesso de balões com tinta, tochas e potes de fumo.
Na sequência dos incidentes, a PSP alargou o perímetro de segurança, afastando também turistas que se encontravam no local.
Após uma fase mais calma e sem incidentes das concentrações dos dois grupos, os elementos da manifestação nacionalista acabaram por deixar o local pelas 19:00. Foi já depois da saída destes elementos que se registou nova intervenção policial desta vez sobre alguns manifestantes antifascistas com bastonadas.
Questionado pela Lusa sobre a operação mobilizada para o Padrão dos Descobrimentos e a escalada de tensão que acabou por levar a alguns confrontos entre manifestantes, o porta-voz da PSP explicou que "é sempre difícil manter o equilíbrio" entre o direito à manifestação e a segurança, "ainda mais numa zona turística".
"Terá havido um foco de tensão e arremesso de alguns objetos. Para evitar que escalasse para a desordem generalizada, interviemos e alargámos o perímetro de segurança. Temos de manter um equilíbrio entre liberdade e segurança. Enquanto a segurança não foi colocada em causa, demos espaço à liberdade; quando foi colocada em causa, separámos os grupos", afirmou o subintendente Sérgio Soares.
Assegurou também que houve apenas um "uso momentâneo e regulado" dos bastões pela PSP sobre os dois grupos de manifestantes.
Confrontado com os poucos metros que separavam as duas manifestações antagónicas antes de se registarem os confrontos e as razões para a PSP não ter imposto logo desde o início um maior afastamento, o porta-voz explicou que tal não foi feito para a PSP não ser acusada de condicionar o "direito constitucionalmente consagrado de manifestação".