D. Quixote Quo Vadis
O arranque da campanha partidária às Regionais de 2024 está em brasa. Um por todos e todos por um, cada um à sua maneira, com todas as armas e bagagens.
Uns tentam ressuscitar o morto, que no Continente dá provas de ser melhor na oposição do que na governação; fez mais num mês que em 8 anos; e por cá vão mantendo as palavras um pouco gastas de quem promete para estar no pedestal custe o que custar.
Neste âmago dramático e consciente, aparecem os que agora se lembraram das mulheres de D. Quixote, numa tentativa de mudar o discurso e apontar a outras flores de maio, uma vez que as anteriores murcharam ao fazer parte dos programas e promessas de outros partidos.
Outros gritam palavras de ordem, atacam o D. Quixote, prometendo acabar com os sacrilégios, numa ínfima tentativa de se tornarem o “Sancho Pança” da próxima governação, pois governar não é com eles; preferem sentar á mesa e abusar da refeição que for servida.
Por outro lado, os gauleses que no seu forte, tentam com que ninguém entre, e procuram um Asterix que, depois de beber a poção mágica da governação, tenta expulsar os “romanos” que foram expulsos do seu território.
Obelix, na sua retórica habitual, lança os dados e com os seus menires vai lançando farpas melodiosas em busca da sua amada que nada quer com ele, mas que o mantém euforicamente no caminho.
Ainda temos os que tentam salvar a pátria, tentam manter-se à tona, mas tal como D. Quixote, apontam a todos os moinhos de vento, mesmo aqueles que não existem senão no seu imaginário e no pré 74.
De fora, mas com um pezinho dentro, estão os que foram excomungados pelo Papa sem razão. Sempre fiéis ao seu eleitorado, avançam, pois sabem que com ou sem D. Quixote, farão a colheita das doces uvas que ajudaram a produzir e que dará um vinho sempre com qualidade reconhecida.
E perante tanta azáfama e no perante tanta conquista em pouco tempo, atarantado como sempre, segue D. Quixote, imponente no seu cavalo sem companhia, lutando contra os moinhos de vento que o próprio foi criando à medida que cavalgava o caminho da governação.
D. Quixote Quo Vadis…
António Pedro de Jesus Nunes de Freitas