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Madeira: muito, muito mais que 2,4%

O desenvolvimento da Região Autónoma da Madeira (RAM) ao nível das condições económicas e financeiras bem como no acesso à saúde, educação, saneamento básico, energia, comunicações, transportes, habitação e conforto/bem-estar é indiscutível e é reconhecido tanto a nível nacional como europeu.

Os meus concidadãos na generalidade também o reconhecem até porque, pese embora estejamos longe do mundo perfeito (que não existe) e se reconheça que existe margem para progresso e otimização que só se faz com trabalho e competências, a Madeira e o Porto Santo apresentam condições de vida manifestamente melhores que as vividas pelos nossos pais e avós em 1976.

A falta desse reconhecimento, que pode ser vista como exceção, fica associada à persistente maledicência, muitas das vezes associada aos meandros políticos nos quais se disfarça a total incapacidade de fazer algo relevante pela Região e se misturam promessas avulsas com sorrisos vazios de projetos e de estratégia, com solicitações de papelinhos devidamente propagandeadas e com intervenções pujantes de pura demagogia e de suspeição generalizada que despertam os mais descontentes sem contudo lhes assegurar qualquer coisa de concreto e de melhor.

Mas se na subjetividade a perceção pode ser aquela que cada um pretende ter, os números e os dados disponíveis fazem com que tenhamos de assumir de forma idêntica a nossa realidade.

Tomando por base o referencial dos 2,4% que representa a percentagem da população da Região Autónoma da Madeira no total nacional, podemos verificar que, através do trabalho da Direção Regional de Estatística, um serviço público de excelência na tutela da Secretaria Regional das Finanças, há indicadores que garantem desde logo, e de uma forma objetiva, um desempenho regional relevante e acima do expectável.

Desde logo, o PIB (Produto interno Bruto) que, de um modo simples pode ser definido como a riqueza gerada, e que em 2023 Região assume no todo nacional 2,5%, um valor acima do referencial.

Mantendo o valor padrão de 2,4% ainda podemos constatar que a Região apresenta em 2023 uma forte posição no número de dormidas* cujo peso, em termos nacionais, é de 11,9% bem como nos 4,8% do volume de Investimento Direto Estrangeiro do país.

No que concerne ao Valor Acrescentado Bruto das atividades do Mar a Madeira e Porto Santo, com referência a 2017, assumem 6,8% do total nacional.

Também em 2023, constata-se que o rácio da dívida pública na RAM em relação ao PIB foi de 75,7%, um valor muito inferior ao de Portugal que, apesar de todos os malabarismos e propagandas socialistas, ascendeu a 99,1% e também menor que os 82,6% registados para os 27 países da União Europeia.

Numa perspetiva diferente, e com base nos dados de 2021, é possível constatar que a Região apresenta o melhor desempenho nacional no Índice de Qualidade Ambiental atingindo os 111,90, o que supera o mesmo indicador com referência a 2011, e contrasta com o Índice Global de 96,61.

Também no crédito malparado das empresas de 2023 - com o rácio de empréstimos vencidos na RAM de 0,9% a desafiar a média nacional de 2% -, bem como na taxa de desemprego do mesmo ano onde a Região apresenta 5,9% e o País 6,5%, pode-se constatar uma performance regional melhor que a nacional.

Como se pode verificar a Madeira é muito, muito mais que 2,4% e é assim que deveremos continuar. Para que tal aconteça é necessário que não nos iludamos com propaganda balofa e experimentalismos e se mantenha a liderança Social Democrata na Região. É importante que tenhamos uma governação com forte cariz social, competente, ambiciosa e, acima de tudo, profundamente autonomista que, fazendo questão de manter a nossa cultura, personalidade e os nossos valores faz com que tenhamos impacto num mundo cada vez mais global, competitivo e inovador.

*incluindo apenas AL acima das 10 camas de modo a permitir a comparabilidade dos dados.