OMS alerta que hospitais em Gaza só têm combustível para três dias
O líder da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou hoje que os hospitais do sul de Gaza têm apenas combustível para funcionar durante três dias, enquanto um dos três hospitais de Rafah já não opera.
Numa publicação na rede social X, Tedros Adhanom Ghebreyesus indicou que o hospital Al-Najjar, em Rafah, "já não está a funcionar devido às hostilidades em curso nas suas imediações e à operação militar" no local.
"O encerramento do posto fronteiriço continua a impedir a ONU de trazer combustível. Sem combustível, todas as operações humanitárias serão interrompidas. O encerramento das fronteiras está também a impedir a entrega de ajuda humanitária em Gaza", acrescentou o diretor-geral da OMS, que indicou que no Sul de Gaza os hospitais apenas têm combustível para três dias.
"O que significa que os serviços podem parar em breve", alertou Tedros Adhanom Ghebreyesus, que notou como as "frágeis operações humanitárias" na região precisam "urgentemente de expansão".
Para o responsável, a operação militar de Rafah está a "limitar ainda mais" a capacidade da OMS chegar às milhares de pessoas que têm "vivido em condições terríveis, sem alimentos adequados, saneamento, serviços de saúde e segurança".
"Esta situação tem de acabar já", exigiu.
A cidade é um canal para a ajuda humanitária desde o início da guerra e é o único ponto por onde as pessoas podem entrar e sair do enclave, embora Israel afirme que ali estão estão as últimas unidades ativas do grupo extremista palestiniano Hamas.
Hoje, o exército israelita garantiu ter tomado a parte palestiniana de Rafah, alegando ter sido uma "atividade dirigida" em "áreas limitadas" contra as "infraestruturas terroristas" do Hamas.
A operação foi lançada horas depois de o gabinete de guerra criado em Israel após os ataques do Hamas de 07 de outubro ter concordado prosseguir com a sua ofensiva, depois de o grupo islâmico palestiniano ter declarado que tinha aceitado uma proposta de cessar-fogo apresentada através do Qatar e do Egito.
O conflito atual foi desencadeado por um ataque sem precedentes dos islamistas palestinianos do Hamas em 07 de outubro, que matou quase 1.200 pessoas, com Israel a responder com uma ofensiva que provocou mais de 34 mil mortos na Faixa de Gaza, segundo balanços das duas partes.