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Madeira

Ireneu Barreto apela à consagração do voto em mobilidade e o voto dos emigrantes

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Foto Hélder Santos/ Aspress

À semelhança do presidente da Assembleia Regional, o discurso do representante da República para a Região foi marcado pela defesa das conquistas de democracia e autonomia. Isto num cenário que, conforme fez questão de vincar Ireneu Cabral Barreto, "a opinião expressa por alguns, própria de quem não tem memória" é de que "estávamos melhor antes de 1974 e que seria aceitável voltarmos a ter um regime não sufragado em eleições livres desde que liderado por uma qualquer figura providencial".

Democracia não é “dado adquirido”

É com muito honra que me associo, em nome de todo o povo das nossas ilhas, que a Assembleia Legislativa representa, a esta comemoração dos 573 anos do concelho de Machico.

"Permitam-me, por conseguinte, sintetizar esta minha breve reflexão numa pergunta: Alguém seriamente duvida que somos hoje mais realizados, mais felizes e que temos mais esperança no futuro do que antes do 25 de Abril?", desafiou o juiz-conselheiro, perante as dezenas que assistiam à cerimónia solene do dia do concelho de Machico.

De entre aquilo que me lembro da forma como o nosso Estado estava organizado e o nosso povo vivia, não vejo de que se possa ter saudades. Nem da falta de Liberdade de expressão, nem da censura, nem das desigualdades sociais profundas, do analfabetismo, que vitimizava com especial incidência as mulheres, e da falta das necessidades sanitárias mais elementares. Menos ainda das condições de vida totalmente indignas em que vivia a maioria das famílias, sob a indiferença de uma elite autocrática que preferia exaurir os recursos do país e a esperança de futuro numa guerra injustificável e vã, que dizimou milhares e milhares de jovens da minha geração. Ireneu Barreto

O representante da República, secundando os apelos ao voto nas eleições se avizinham deixados por José Manuel Rodrigues, aproveitou a ocasião para apelar à consagração do voto em mobilidade e o voto dos emigrantes.

Reitero que são hoje evidentes os imensos benefícios que a Democracia e a Autonomia trouxeram à nossa terra. A melhor forma que temos de preservar, garantir e defender essas conquistas é participarmos no processo democrático (...). Nesse desígnio, entre temas tão vastos, pergunto se não será tempo de se ponderar a consagração do voto em mobilidade e o voto dos nossos emigrantes.

As comemorações do 573.º aniversário da fundação do Município de Machico – que se iniciaram esta manhã, com uma homenagem aos antigos combatentes, nos Jardins da Graça, prosseguindo com o hastear das bandeiras e ainda com a sessão solene, no Solar do Ribeirinho – prosseguem ao longo do dia de hoje.

Às 18 horas será descerrada a placa evocativa da fundação do Externato Tristão Vaz Teixeira, na Rua António Teixeira de Aguiar. Pelas 20 horas, há um concerto promovido pela Banda Militar da Madeira e pela Banda Municipal de Machico.

De referir que ao longo de todo o mês serão diversas as iniciativas em torno destas comemorações.