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Tribunal adia 'sine die' julgamento de Trump em caso de documentos confidenciais

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Um tribunal da Florida adiou indefinidamente o início do julgamento criminal do ex-Presidente norte-americano Donald Trump, acusado de uso negligente de documentos confidenciais depois de abandonar a Casa Branca, segundo uma decisão judicial proferida hoje.

O julgamento deste caso contra o político republicano e recandidato presidencial em novembro deveria ser iniciado em 20 de maio, mas a juíza considerou esta data insustentável devido ao número de pedidos preliminares apresentados ao tribunal.

A decisão torna muito improvável que o julgamento na Florida ocorra antes das eleições presidenciais em novembro próximo.

No seu despacho, a juíza argumentou que litígios anteriores ao julgamento, incluindo divergências sobre a forma como as informações confidenciais serão utilizadas, deveriam aguardar por uma resolução.

Contra Trump pendem dezenas de acusações criminais por acumular ilegalmente na sua propriedade em Mar-a-Lago, em Palm Beach (Florida), documentos confidenciais que levou depois de deixar a Casa Branca em 2021, bem como obstrução dos esforços do FBI para recuperá-los.

O antigo líder norte-americano declara-se inocente neste nos outros três processos criminais que enfrenta, ao mesmo tempo que tenta recuperar a Casa Branca.

Na primeira vez que um ex-Presidente dos Estados Unidos enfrenta um júri, a defesa de Trump tentou hoje anular o julgamento em Nova Iorque no caso em que é acusado de comprar o silêncio da ex-atriz pornográfica Stormy Daniels sobre uma relação extraconjugal entre ambos e de encobrir o valor do suborno em despesas da campanha para as eleições de 2016.

Os advogados de Donald Trump pediram a anulação do julgamento, alegando que o depoimento de Daniels, hoje em tribunal, violou as regras estabelecidas para que se sentasse no banco das testemunhas.

O advogado Todd Blanche disse que o testemunho sobre o suposto relacionamento sexual com Trump e seu relato detalhado de uma conversa anterior e de outros encontros com Trump "não teve nada a ver com este caso e é extremamente prejudicial".

No entanto, o juiz Juan M. Merchan recusou o pedido da defesa, alegando que se tenha chegado a um ponto em que a anulação do julgamento seja justificada.

O juiz disse concordar que Stephanie Clifford, conhecida profissionalmente como Stormy Daniels, às vezes falou mais do que deveria e que "foi um pouco difícil de controlar", mas culpou a defesa por não se opor com mais vigor quando ela estava a testemunhar.

O Supremo Tribunal está entretanto a avaliar os argumentos de Trump de que está imune a processos federais num caso separado do procurador especial Jack Smith, que o acusa de conspirar para anular as eleições presidenciais de 2020, que perdeu para o democrata Joe Biden

Os procuradores do condado de Fulton, na Geórgia, também abriram um caso separado relacionado com subversão eleitoral, embora não esteja claro quando poderá chegar a julgamento.