Treze condenados a 10 anos de prisão por tráfico de cocaína na Costa do Marfim
Treze pessoas implicadas numa grande operação de tráfico internacional de cocaína, incluindo o espanhol que comandava as operações na Costa do Marfim, foram hoje condenadas a 10 anos de prisão, anunciou fonte judicial em Abidjan.
Em abril de 2022, mais de duas toneladas de cocaína foram apreendidas nas cidades portuárias de Abidjan e San Pedro, um recorde para o país, com um valor de mercado estimado em 41 mil milhões de francos CFA (62 milhões de euros) e cerca de trinta pessoas foram detidas.
Na audiência de hoje, 13 pessoas de diferentes nacionalidades foram condenadas por "tráfico internacional de droga" e "conspiração criminosa" e terão de pagar, individualmente, uma multa de 50 milhões de francos CFA (cerca de 76 mil euros).
Entre eles, contam-se o ex-polícia espanhol Miguel Angel Devesa, o cérebro das operações na Costa do Marfim, bem como um conselheiro regional e um comissário de polícia de San Pedro, César Ouattara e Dosso Karamoko.
Miguel Angel Devesa foi também condenado a pagar 60 mil milhões de francos CFA (cerca de 91 milhões de euros) de indemnização ao Estado da Costa do Marfim.
Três empresários foram condenados a 24 meses de cadeia e multados em 30 milhões de francos CFA (cerca de 45 mil euros) por "conspiração criminosa" e "fraude fiscal".
Lamand Bakayoko, antigo chefe da secção antidroga da polícia de San Pedro (sudoeste), foi absolvido.
Abdoulaye Ben Méité, advogado do Governo da Costa do Marfim, saudou o julgamento, que começou em dezembro de 2023, saudando o seu "resultado satisfatório".
"As autoridades da Costa do Marfim decidiram reprimir, decidiram pôr fim" a este comércio ilegal, disse aos jornalistas.
"Não foi uma boa decisão", declarou o advogado de Miguel Angel Devesa, Zakaria Touré, que disse à AFP que o seu cliente "contribuiu para que fossem encontradas as pessoas que participaram no crime" e garantiu que irá recorrer.
A investigação revelou uma vasta rede de tráfico de droga (cocaína) que operava entre o Suriname, a Colômbia, a Itália, a Espanha e a Costa do Marfim, explicou a procuradora Nina Kamagaté num comunicado de imprensa.
Os condenados dispõem agora de 20 dias para recorrer da decisão do tribunal.