1.300 participantes dão forma à edição deste ano do Mercado Quinhentista
Estão previstas cerca de 100 actuações diárias, de 50 grupos de animação, que vão passar pelos quatro palcos montados no centro de Machico
Mercado Quinhentista acontece entre 7 e 9 de Junho, com um programa bastante risco e várias sugestões que nos transportam para a época quinhentista.
A edição deste ano do Mercado Quinhentista, que acontece entre 7 e 9 de Junho, no centro da cidade de Machico, contará com 1.300 participantes trajados à época, envolvendo quase todas as instituições e associações do concelho, mas também várias escolas de outras localidades, conforme notou Ricardo Caldeira, da comissão organizadora, no decorrer da apresentação do evento, que teve lugar esta tarde, no Pico do Facho.
Sob o tema ‘Machiquo: Chão de Fogo’, a 17.ª edição deste evento, que nasceu no seio da comunidade escolar da Escola Básica e Secundária de Machico, mas que rapidamente saltou desse âmbito, tornando-se numa verdadeira celebração de todo o concelho, vai, uma vez mais, celebrar as vivências da primeira capitania instituída na Região.
No centro de Machico serão existirão diferentes áreas temáticas, com 73 espaços, repartidos por ‘cousas de mercar’, ‘ofícios’, ‘artesanato’ e ‘bodegas’. De acordo com Ricardo Caldeira, haverá “muita coisa para ver e para fazer”, com 50 grupos de animação ou artistas a circular pelos quatro palcos da edição deste ano do Mercado Quinhentista (palco principal; palco Nau na Praça do Fórum; pórtico ao Forte; e Praça das Bodegas). Serão cerca de 100 actuações diárias. Cinco desses grupos vêm de fora da Região, um dos quais de Itália.
Teremos, por áreas, a Rua dos Mercadores, com tendas de variados produtos da Escola Básica e Secundária de Machico; o Caminho dos Ofícios, com vários espaços de apresentação de artesanato; a Praça das Bodegas, com tendas onde se pode comer e beber e que em cada espaço tem um único produto; o Acampamento Mouro; a liça para torneios a cavalo; a zona de jogos e animação (jogos, tiro com arco, carrossel, cavalos); o Forte de Nossa Senhora do Amparo terá algumas exposições; no Largo do Fórum Machico teremos uma exposição do tema anual; por fim, as oficinas temáticas, um espaço onde o público, através de inscrição, poderá experienciar algumas técnicas artesanais.
“Valia cultural e turística” reconhecida
Presente na cerimónia de apresentação da edição deste ano do Mercado Quinhentista esteve Eduardo Jesus. Na ocasião, o secretário regional de Turismo e Cultura destacou a “valia cultural e turística” deste projecto, que, conforme disse, começou com uma natureza educativa, mas “ganhou asas” e “voou muito rapidamente para outras dimensões”.
Nesse âmbito, o governante realçou o facto desta iniciativa “qualificar aquilo que se faz na Madeira”, motivo mais do que suficiente para merecer o apoio, na divulgação, das instâncias oficiais do Turismo da Madeira.
Eduardo Jesus destacou, além do apoio directo dado à organização, o facto de a Secretaria do Turismo e Cultura ter vindo a apoiar este projecto por via da sua comunicação no exterior, nomeadamente através da Direcção Regional de Turismo e da Associação de Promoção da Madeira, “para que aqueles que nos visitam possam ter conhecimento” da sua realização.
“Este é um projecto comunitário como eu não conheço igual na Região Autónoma da Madeira”, disse, ressalvando a envolvência da população e da própria autarquia. Por isso, defendeu que a “dimensão cultural não tem residência fixa”, sendo “transversal” na comunidade.
Eduardo Jesus deixou, ainda, uma nota ao “entusiasmo” de quem tem acreditado no projecto, dedicando-se ao mesmo, para que este apresente, ano após ano, algumas novidades. De caminho, destacou a realização de um colóquio associado ao Mercado, notando que “tudo isto é um contributo para que a sociedade esteja melhor informada, melhor conhecedora”, no que entende ser “um serviço que está a ser prestado de forma exemplar”.
Projecto que contribui para a “afirmação da escola”
Reafirmando a natureza pedagógica do Mercado Quinhentista, Jorge Carvalho aproveitou a ocasião para reafirmar a escola como “um espaço de sonho”, enquanto espaço onde os alunos projectam o seu futuro, mas também como género de uma iniciativa que soma já 17 anos de realização.
“A escola não é só o espaço curricular, a escola não é só o espaço onde nós cumprimos um conjunto de disciplinas com o objectivo de cumprir esse percurso e através desse percurso valorizarmos aquilo que é a nossa formação. É, também, um espaço de socialização, é um espaço de cultura, é um espaço de criatividade, é um espaço de inovação. E este projeto é, efectivamente, a síntese de tudo isso que vai acontecendo nas nossas escolas, por isso é que ano após ano nós disponibilizamos e dispensamos um conjunto de horas para recursos humanos que se dedicam especificamente à programação deste projecto.”
Reforçando a ideia de o Mercado Quinhentista contribui para a “afirmação da escola”, o secretário regional de Educação, Ciência e Tecnologia aproveitou para elogiar o envolvimento dos alunos, dos professores e funcionários, mas também dos encarregados de educação. “Se é verdade que os apoios das entidades oficiais são importantes para a dimensão do Mercado, a grande verdade é que sem a participação e sem a envolvência de todas estas personalidades, dificilmente teríamos também as personagens que acompanhem este mesmo Mercado, sustentou Jorge Carvalho.