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Governo britânico recusa identificar país suspeito de envolvimento em ataque cibernético

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Foto EPA/Arquivo

O ministro da Defesa do Reino Unido, Grant Shapps, atribuiu hoje a um "agente maligno" o ataque informático que afetou uma base de dados com milhares de militares britânicos, mas recusou confirmar se suspeita do envolvimento da China. 

"Por razões de segurança nacional, não podemos divulgar mais pormenores sobre a atividade cibernética suspeita por detrás deste incidente. No entanto, posso confirmar ao Parlamento que temos indicações de que se trata de uma atividade suspeita de um agente maligno e não podemos excluir o envolvimento de um Estado", afirmou na Câmara dos Comuns.

A estação Sky News, que avançou com a notícia, indicou existir a suspeita de a China ser o país em causa.

A Embaixada da China no Reino Unido classificou a sugestão de envolvimento como "calúnias completamente fabricadas e maliciosas".

"A China não encoraja, apoia ou tolera ciberataques. Ao mesmo tempo, opomo-nos à politização das questões de cibersegurança e à difamação infundada de outros países sem provas factuais", disse um porta-voz da missão diplomática.

A fuga ocorreu num sistema de pagamento de salários de uma empresa terceira que detém os dados bancários de todo o pessoal das forças armadas em serviço e de alguns veteranos. 

Shapps vincou que o sistema foi desligado da Internet e a segurança reforçada, ao mesmo tempo que foi lançada uma investigação. 

O ministro revelou que o ministério repele "todos os dias milhões de ataques" cibernéticos e confirmou que o prestador de serviços em causa é a SSCL, subsidiária do grupo francês Sopra Steria, que trabalha com outros serviços públicos britânicos, incluindo a polícia. 

A notícia levou vários deputados Conservadores críticos do regime chinês a renovar a pressão sobre o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, para endurecer a posição de Londres. 

Em declarações hoje aos jornalistas, Sunak argumentou que o Reino Unido tem uma "política muito robusta em relação à China".

"Trata-se de um país com valores fundamentalmente diferentes dos nossos, que atua de uma forma mais autoritária a nível interno e assertiva a nível externo", vincou.