O desígnio de um português
O que queremos todos nós ao fim de contas? Seriedade se formos sérios, honestidade se formos honestos, dignidade se queremos ser dignos, verdade se formos verdadeiros. Qualidades que dificilmente se associam à classe política. Mas afinal! será que a política está assignada apenas e tão só a malabaristas, oportunistas, vigaristas e corruptos? Será que as pessoas sérias e honestas nunca irão poder fazer parte integrante da classe política deste país. Será que a liberdade condiciona a democracia para que possamos construir uma nação prospera e justa? Os primeiros porque não querem ver o seu nome manchado pelos sequentes e predominantes casos de corrupção, os restantes porque no gene da sociedade deste país parece fazer parte todos esses comportamentos que deterioram os valores os quais deveriam ser um padrão, mas que passou a ser a fragilidade e uma fraqueza de quem não os pratica. Os sucessivos erros levaram ao descrédito a classe política, á desilusão e á frustração do eleitorado e à indignação e revolta da sociedade que já nem no voto encontra na democracia a forma de manifestar todo esse seu descontentamento.
Parece um presságio para os portugueses o terem de suportar durante todos os dias, meses, anos, décadas, e até séculos os desígnios dum sistema político que dificilmente vá ao encontro das suas necessidades .
Do livro publicado em Novembro de 2023 do professor doutor Nuno Palma “As causas do atraso português” e que já vai na sua 5ª edição, percebe-se rapidamente do porque continuamos a ser um dos países mais atrasados e consequentemente mais pobres da UE, onde dificilmente saímos da pobreza porque definitivamente nos resignamos à nossa «sorte», quando na realidade será tudo uma questão de mentalidades.
Porque temos imensos talentos, conterrâneos nossos que se destacam por esse mundo fora, a começar pelo autor do livro que é professor de economia na Universidade de Manchester, vencedor de vários prémios internacionais de investigação, Doutorado pela London School of Economics e especialista em história económica e macroeconómica. Será que realmente não seremos nós capazes de transformar a nossa sociedade e fazer do nosso país uma nação próspera que dignifique os seus habitantes. Eu acredito que cada um de nós poderá aportar algo em prol duma sociedade mais, séria, digna, justa e reconstruir a nação mais antiga da Europa; Portugal.
A. J. Ferreira