Governo exonera director nacional da PSP
Superintendente Luís Miguel Ribeiro Carrilho é indigitado para suceder a José Barros Correia
A ministra da Administração Interna exonerou hoje o diretor nacional da PSP, José Barros Correia, que estava no cargo desde setembro do ano passado, disse à Lusa fonte policial.
A Lusa contactou o ministério tutelado por Margarida Blasco, mas não obteve resposta.
Entretanto, um comunicado de impresa do Gabinete da Ministra da Administração Interna (MAI), remetido ao início desta noite às redacções, dá conta que Margarida Blasco, indigitou o Superintendente Luís Miguel Ribeiro Carrilho como novo Diretor Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP).
"Esta decisão de indigitação, surge no âmbito da reestruturação operacional da Polícia de Segurança Pública, quer no plano nacional, quer no plano da representação institucional e internacional desta força de segurança pública", refere a nota.
O Superintendente Luís Miguel Ribeiro Carrilho ocupava, até à data, o cargo de Comandante da Unidade Especial de Polícia (UEP).
No mesmo comunicado o Governo agradece ainda a José Augusto de Barros Correia, que tomou posse em Setembro do ano passado, por escolha do anterior Governo, "a elevação institucional, o profissionalismo e a entrega abnegada à missão de serviço público".
Luís Carrilho, Superintendente da Polícia de Segurança Pública é o Comandante da Unidade Especial de Polícia da Polícia de Segurança Pública, desde 26 de Outubro de 2023.
Antes, foi o Chefe do Serviço de Segurança da Presidência da República (Oficial de Segurança do Presidente da República), desde 1 de Outubro de 2022.
Anteriormente, o Superintendente Luís Carrilho foi graduado em Superintendente Chefe, por Despacho da Ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, em 2017 e nomeado Conselheiro de Polícia das Nações Unidas (UNPOL) e Director da Divisão de Polícia no Departamento de Operações de Paz da ONU em 2017, tendo coordenado em 2018 e 2022 as reuniões do "UNCOPS - United Nations Chiefs of Police Summit".
Luís Carrilho serviu, ainda, como Comandante da Polícia das Nações Unidas em três operações de manutenção da paz: na Missão Multidimensional de Estabilização Integrada na República Centro-Africana (MINUSCA) de 2014 a 2016, na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH) de 2013 a 2014, e na Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT) de 2009 a 2012. Entre 1996 e 1998 serviu na Missão das Nações Unidas na Bósnia e Herzegovina (UNMIBH) e entre 2000 e 2001 na Administração Transitória das Nações Unidas em Timor-Leste (UNTAET), onde foi o primeiro Diretor da Academia da Polícia Nacional de Timor-Leste.
Em Portugal, Luís Carrilho exerceu funções como Chefe do Serviço de Segurança e Oficial da Segurança do Presidente da República de Portugal, Comandante do Corpo de Segurança Pessoal da Polícia de Segurança Pública, Chefe de Gabinete do Director do Instituto de Ciências Policiais e Segurança Interna e Chefe de Redação da Revista da Polícia Portuguesa da PSP, Comandante da Esquadra de Santa Apolónia, Adjunto do Oficial de Segurança e Comandante da Esquadra de Segurança a Residência Oficial do Primeiro Ministro, Comandante da Esquadra (Superesquadra) dos Olivais, entre outras.
A nível académico, Luís Carrilho é licenciado pela Escola Superior de Polícia - ESP - (actual Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna - ISCPSI) da PSP, pertencendo ao 3.º Curso de Formação de Oficiais de Polícia. Luís Carrilho frequentou o Estágio de Promoção a Comissário na ESP e o Curso de Direção e Estratégia Policial no ISCPSI; frequentou o 19º Curso de Segurança Pessoal a Altas Entidades da PSP e foi o Ponto Nacional de Contacto para a Proteção de Figuras Públicas na União Europeia.
Luís Carrilho tem ainda uma pós-graduação em Ciência Política e Relações Internacionais pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Luís Carrilho é membro do "UNITAR Advisory Board of the Peacekeeping Training Programme".
Tem diversas condecorações nacionais e estrangeiras (Brasil, Espanha, França, Timor Leste, Perú, Polónia, Áustria, etc.), incluindo a de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, atribuída pelo Presidente da República de Portugal, em 2009, Grande Oficial da Ordem do Mérito, atribuída pelo Presidente da República de Portugal, em 2023, e o "Outstanding Role Model Award" atribuído pelo Secretário-Geral da ONU em 2015.
Numa mensagem enviada a todo o efectivo da PSP e a que Lusa teve acesso, José Barros Correia atribuiu o seu afastamento do cargo à "exclusiva iniciativa" da ministra da Administração Interna e referiu que vai agora para a pré-aposentação depois de 40 anos na PSP.